Itália - Sicília: Estreito de Messina
- Paula Bischoff Moraes Zapparoli
- 26 de set. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: há 1 dia
É a faixa de mar que liga o Mar Tirreno ao norte com o Jônico ao sul, entre a “Península de Scilla” na Itália Continental e o “Cabo de Cariddi” na ilha de Sicília, onde a “ponta da bota chuta a bola”.
Com apenas 32 km de comprimento, e 3 km de largura, atravessá-lo exige atenção! Afinal, a região é habitada por animais mitológicos e temida pelos marinheiros há milênios!
Segundo a mitologia grega, Scylla era uma ninfa do mar que por ciúmes foi transformada em um monstro com seis cabeças de cachorro e longas caudas de cobra, na região da atual cidade de Scilla!
Outra ninfa, que roubou e comeu alguns bois de Geryon de Heracles, foi transformada por Zeus no gigantesco monstro Charybdis, uma lampreia com várias fileiras de dentes na boca gigantesca que sugava e cuspia a água do mar três vezes ao dia, na região de Messina, no cabo de Cariddis!
Os antigos atribuíam aos monstros as tempestades que assolavam o mar e levavam ao fim muitos náufragos, impondo aos marinheiros a difícil escolha entre os dois monstros durante suas travessias por lá.
As histórias são recontadas na Odisseia de Homero, onde Ulisses preferiu enfrentar Scylla, perdendo assim apenas os seus seis marinheiros mais corajosos que foram por ela devorados, por medo de afundar seu navio e todos os seus companheiros no horrível redemoinho de Charybdis.
Apesar de menor e mais tranquila do que as passagens do Cabo Horn, da Boa Esperança e das Agulhas, acredita-se que antes dos terríveis terremotos e tsunamis que afetaram a região do Estreito de Messina, a travessia era mesmo muito perigosa para os barcos antigos.
De qualquer maneira, ainda hoje, diferenças na profundidade do fundo do mar, diversidade de salinidade, temperatura e densidade entre os dois mares e a alternância das marés criam correntes e redemoinhos muito peculiares nas águas do Estreito, que se alteram a cada 6 horas, e por isso a travessia exige cuidado e planejamento. É necessário esperar na entrada do estreito e escolher o momento exato de atravessar, aguardando boas condições e maré favorável ao destino e ficar muito atento durante as 3 a 4 horas de travessia!
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