Itália - Sicília: Cretto di Burri e a cidade fantasma de Poggioreale
- Paula Bischoff Moraes Zapparoli
- 26 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: há 1 dia
Na madrugada de 14 para 15 de janeiro de 1968, um terremoto de mais de 6 graus na escala Richter atingiu a área da Sicília entre as províncias de Palermo, Trapani e Agrigento deixando mais de 300 mortos e destruindo várias cidades, entre elas Poggioreale e Gibellina, que se tornaram inabitáveis.
O resgate foi difícil, muitas das estradas de ligação foram engolidas pelo terremoto e todos os habitantes sobreviventes tiveram que ser transferidos para outro local, até que novas cidades fossem construídas completamente para abrigá-los.
No lugar onde existia Gibellina, o artista Alberto Burri (1915 -1995) construiu entre 1984 e 1989 o "Cretto de Burri" ou "Cretto di Gibellina": a maior obra de land art do mundo. “Land art” é uma obra caracterizada pela intervenção direta do artista no território natural, em lugares não contaminados como, neste caso, as maravilhosas colinas da região. Burri projetou este gigantesco monumento que refaz as vielas da cidade velha e reproduz os espaços onde antes ficavam as casas e edifícios de Gibelina antes do terremoto. Cada abertura por onde os visitantes passam tem de dois a três metros de largura, enquanto os blocos que reproduzem as casas têm cerca de um metro e sessenta de altura, somando a superfície de cerca de 80 mil metros quadrados. É impressionante!
Já Poggioreale é uma cidade fantasma, daquelas que aparecem em filmes. Lá estão suas ruínas, sem nenhum traço de vida cotidiana. Há um silêncio fantasmagórico interrompido pelo vento, pelo toque dos sinos das vacas e pelo latido dos cães.
As ruínas de Poggioreale são delimitadas por um muro e um grande portão trancado a chave. A entrada é proibida, e pode-se observar esse cenário surreal através das grades, ou através de uma visita guiada a ser agendada com a Associazione Poggioreale Antica .
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