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Firenze 08 - Casa Buonarotti

Atualizado: 4 de mai.

Na casa que pertencia a Michelangelo no século XVI, hoje são expostos decorações e peças recolhidas ao longo dos séculos pelos descendentes do mestre do Renascimento, obras de sua adolecência e a maior coleção de desenhos e rascunhos do artista. 

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Uma breve história da vida de Michelangelo Buonarotti (06/03/1475 - 18/02/1564)

Michelangelo Buonarroti nasceu em 1475 na vila de Caprese, na província de Arezzo, mas foi ainda bebê levado para Florença, onde cresceu e teve sua formação.


Desde cedo demonstrou um talento fora do comum para o desenho e a escultura, chamando a atenção dos poderosos Médici.


Aos treze anos, já era aprendiz em um ateliê florentino, e logo passou a frequentar o círculo de Lourenço, o Magnífico, mergulhando no ambiente intelectual e artístico mais vibrante da época.


Com obras como a Pietà e o Davi, Michelangelo logo se firmou como um dos maiores escultores de todos os tempos, combinando precisão anatômica com uma intensidade emocional que marcaria toda a sua produção.


Ao longo da vida, Michelangelo também se destacou como pintor, arquiteto e poeta. Seus afrescos na Capela Sistina, especialmente o teto e o Juízo Final, são considerados momentos decisivos na história da arte ocidental.


Michelangelo Buonarroti morreu em 18 de fevereiro de 1564, em Roma, aos quase 89 anos de idade — um feito notável para a época. Pouco antes de sua morte, ele ainda trabalhava ativamente em projetos arquitetônicos, incluindo a cúpula da Basílica de São Pedro, que se tornaria um de seus legados mais imponentes e deixando uma marca definitiva na arquitetura renascentista..


Seu corpo foi levado para Florença, conforme seu desejo, onde foi sepultado na Basílica de Santa Croce, entre os grandes nomes da história italiana.


Reservado, inquieto e profundamente religioso, viveu sempre em uma busca constante pela perfeição, dividido entre os ideais do espírito e as exigências da matéria.


Sua trajetória espelha, como poucas, a alma complexa e genial do Renascimento italiano.

As moradas de Michelangelo

Quando a família de Michelangelo mudou com ele ainda bebê de Arezzo para Firenze, moraram em diversos edifícios.


Durante a adolescência, morou em casas modestas próximas aos ateliês onde estudava e trabalhava, incluindo o de Domenico Ghirlandaio.


Dos 14 aos 18 anos (c. 1489–1492), a convite de Lourenço de Médici, viveu no Palazzo Medici, frequentando os Jardins de San Marco, onde teve acesso direto à coleção de esculturas clássicas e a intelectuais da época.


Em 1494, com a morte de Lourenço e a instabilidade política, Michelangelo deixou Florença e passou um tempo em Bolonha.


Em 1496, aos 21 anos, estabeleceu-se em Roma, onde produziu obras como a Pietà e onde voltaria diversas vezes ao longo da vida por encomendas papais.


Michelangelo pode voltar a Florença por volta de 1501, com cerca de 26 anos, a convite da República Florentina.


Em 1508, Michelangelo adquiriu a casa na Via Ghibellina (então chamada Via Santa Maria), não para si, mas para seu sobrinho Leonardo morar. Ele próprio vivia ainda em Roma, onde estava envolvido em grandes projetos, como o teto da Capela Sistina, e usava o imóvel como residência temporária durante suas estadias em Florença.


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Apesar de não ter vivido ali de forma contínua, como Michelangelo se hospedava na casa quando visitava Florença e mandou realizar reformas e melhorias no imóvel, o local passou a ser considerado historicamente importante.

A história da Casa da Via Ghibellina

Em 1508, a Casa da Via Ghibellina (então chamada de "Via Santa Maria") para seu sobrinho Leonardo morar, enquanto ele próprio vivia em Roma.


Em 1514 a propriedade foi ampliada anexando outro edifício vizinho e depois reformada para receber a esposa do sobrinho Leonardo, que mais tarde teve dois filhos: Leonardo Buonarroti (o filho mais velho) e “Michelangelo, O Jovem” (o caçula).

  

Em 1599, com a morte do sobrinho Leonardo, seus sobrinhos-netos dividiram as posses: o mais velho recebeu a parte mais nova e reformada da casa e o caçula recebeu a parte mais antiga, porém com um terreno livre onde começou uma construção que deu origem ao prédio que se vê hoje, utilizando um projeto que continha desenhos para a decoração interior do próprio tio-avô Michelangelo.

  

 Michelangelo (o Mestre) e Michelangelo, o Jovem 

  

Em 1647, Michelangelo, o Jovem morreu sem filhos e toda a herança da família foi para os filhos do seu irmão Leonardo Buonarroti (Sigismundo e o também chamado Leonardo).


Esse Leonardo, que tinha uma veneração absoluta para o tio-bisavô Michelangelo, o Velho e pela obra de seu tio-avô Michelangelo, o Jovem, seguiu a vontade de ambos quanto a manutenção das salas da galeria, coleções e da biblioteca, inclusive com cláusulas particularmente coercivas no seu testamento de perda do direito de primogenitura e da renda familiar em caso de mudança de uso da propriedade.

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Durante algum tempo, a casa ficou praticamente abandonada até que, entre 1820 e 1823, um descendente, Cosimo, fez uma restauração que alterou alguns aspectos básicos da arquitetura proposta pelo Michelangelo originalmente.


Em 1858, foi esse mesmo herdeiro que decidiu formar uma organização sem fins lucrativos com o edifício e suas coleções de arte, base para a criação do Museu da Casa Buonarroti.

  

Os filhos das irmãs de Cosimo reivindicaram sua parte da herança, mas depois renunciaram a esse pedido. Por algum tempo, parte da casa ainda era alugada e usada como residência.


Em 1951 e em 1964 o edifício foi novamente restaurado, coincidindo com o quarto centenário da morte do artista, e a casa passou a ser totalmente dedicada ao Museu.


Durante a grande inundação de 1966, a estrutura da casa sofreu grandes danos e exigiu uma nova reforma no ano seguinte.

O museu da Casa Buonarotti hoje

A aparência exterior do prédio é bastante simples, e na entrada se encontra um busto de bronze de Michelangelo feito por Daniele da Volterra (uma cópia, a original é mantida na Galleria dell'Accademia).

  

No museu, os principais pontos de interesse são as peças recolhidas ao longo dos séculos pelos descendentes do irmão de Michelangelo, e os afrescos que compõem a decoração da casa.

  


Uma das salas é dedicada aos modelos em cera e bronze (incluindo a do projeto abandonado de Hércules na Piazza della Signoria, em seguida, realizado por Baccio Bandinelli), enquanto nas outras salas são expostos projetos rotativos da coleção do museu.

  

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O museu abriga a maior coleção do mundo de desenhos de Michelangelo e de sua escola, composta por duzentos e cinco folhas.

  

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Além disso, três obras de Michelangelo se destacam por ajudarem a compreender a evolução estilística do mestre: o baixo-relevo “Centauromachia” (Batalha Centauros, esculpido quando ele tinha apenas 16 anos e que demonstra o conhecimento da anatomia e a o cuidado numérico), o baixo-relevo Madonna della Scala (que inspirado em Donatello reflete a sua preocupação com a fluidez e o movimento) e o “Dio fluviale” ou “Torso del Fiume” (Deus fluvial ou Torso do Rio, escultura em argila em tamanho natural que se destinava a servir de modelo para uma estátua construída para a Sacristia Nova da Igreja de San Lorenzo).

  

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Baixo-relevo “Centauromachia” esculpido quando Michelangelo tinha 16 anos 

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Baixo-relevo Madonna della Scala 

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 “Dio fluviale” ou “Torso del Fiume”, modelo para a Sacristia Nova da Igreja de San Lorenzo 

  

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