Portugal - Arredores de Lisboa: Cascais
- Paula Bischoff Moraes Zapparoli
- 5 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de jun.
Cascais tem o dom de parecer próxima e distante ao mesmo tempo. Fica ali, perto de Lisboa, mas basta seguir o Tejo em direção ao mar para sentir que se entrou noutro ritmo. A vila mistura o refinamento de um antigo refúgio real com a alma simples de quem viveu sempre de frente para o oceano. Suas ruas de calçada portuguesa ondulam como se seguissem o desenho das ondas, e o cheiro do sal parece ter se instalado nos azulejos, nas pedras, no tempo.
O nome, dizem, vem das conchas — “cascal”, “cascas” — que os pescadores recolhiam da costa. Era um lugar de maré e trabalho, de barcos pequenos e mãos firmes. Foi depois que vieram os verões da monarquia, os palacetes, os jardins. Vieram também artistas, exilados, viajantes. .
É fácil se deixar levar por ela. Começar o dia no centro histórico, entre cafés e lojinhas, e seguir até a Praia da Ribeira, onde os barcos balançam sem pressa. A Cidadela surpreende com arte contemporânea entre muralhas antigas. O Museu Condes de Castro Guimarães parece um castelo saído de um conto, às margens de um jardim. Mais adiante, a Casa das Histórias Paula Rego, em tons vermelhos e linhas fortes, convida ao mergulho no imaginário da artista.
A Boca do Inferno impressiona com sua força — ali, o mar ruge e escava, como se quisesse entrar terra adentro. A Marina, ao contrário, é calma, elegante, cheia de promessas de partida. O Parque Marechal Carmona oferece sombra, silêncio e pavões que passeiam como se fossem donos do lugar. Do Farol de Santa Marta vê-se o azul por todos os lados. E quem quiser ir mais longe, que pegue a ciclovia até o Guincho — um caminho à beira do vento, que termina numa praia indomável, onde o Atlântico mostra toda a sua grandeza.
Cascais é assim: feita de encontros entre o mar e a terra, entre o passado e o presente, entre o descanso e o movimento. Um lugar para chegar devagar — e, quem sabe, ficar um pouco mais do que se planejou.
Marque aí o que visitar em Cascais:
Centro histórico – Calçadas desenhadas, cafés abertos, e aquela sensação boa de estar fora do tempo.
Praia da Ribeira – Pequena, cheia de barcos e de vida (mas não é para nadar, só para olhar o mar)
Cidadela de Cascais – Fortaleza que hoje abriga arte e silêncios elegantes.
Museu Condes de Castro Guimarães – Um palacete à beira do mar, cheio de surpresas.
Casa das Histórias Paula Rego – Forte, feminino, com arquitetura que se impõe em vermelho.
Boca do Inferno – Onde o mar fala mais alto, esculpindo a rocha.
Marina de Cascais – Veleiros, vento e promessas de viagem. Cheia de restaurantes e movimento.
Parque Marechal Carmona – Sombra fresca, pavões, bancos convidativos.
Museu do Mar – Pequeno, íntimo, como uma conversa sobre o passado.
Farol de Santa Marta – Entre o azul do céu e o azul do mar.
Ciclovia até o Guincho – Um caminho à beira do Atlântico, onde o vento guia.
Praia do Guincho – Brava, linda, intocada — cenário de cinema, de surf, de solidão boa.


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