Capacitação Náutica 4 - Certificação IYT Ocean
- Anna Karen Moraes Salomon
- 11 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Depois de concluir o Yacht Master Offshore, sabíamos que não dava mais pra voltar atrás. O mar já nos chamava de um jeito diferente, mais...profundo e oceânico!
Foi então que decidimos dar o passo seguinte: o Yacht Master Ocean, que é o equivalente à certificação de Capitão no Brasil, que permite que você navegue longe da costa, onde cartas náuticas não são aplicáveis.
Dessa vez, o desafio era maior. A certificação exige, além do curso teórico sobre navegação astronômica, que a gente preparasse uma passagem completa em alto-mar: no mínimo 600 milhas náuticas ininterruptas, com pelo menos 200 milhas longe de qualquer costa.
Com base na mesma estrutura da IYT Offshore e ainda sob a orientação da Azimuth e do Capitão Arturo, embarcamos em mais várias semanas de aulas online. Só que agora o foco era outro: navegação astronômica, planejamento de travessias oceânicas, cálculos com sextante, meteorologia global, gerenciamento de tripulação em alto-mar.
Parecia que estávamos entrando para uma outra categoria de navegadores — os que se guiam pelas estrelas. Voltar a estudar astronomia prática foi um exercício de humildade, complexidade e encantamento. Medir a altura do sol ao meio-dia com o sextante, calcular a latitude e ajustar a bússola sem GPS...
O exame final foi dividido entre uma prova escrita sobre os temas aprendidos e a entrega de um plano completo de travessia oceânica, onde precisávamos mostrar com clareza que sabíamos planejar, calcular e tomar decisões em cenários reais.
Apesar de ter sido super satisfatório tirar a certificação, a parte da navegação astronômica, sinceramente, não foi a mais empolgante. Nos dias de hoje, ela só se aplicaria efetivamente em uma grande emergência — quando absolutamente tudo deu errado. Você teria que estar sem GPS, sem chartplotter, sem sinal de celular, com o sextante e o Almanaque Náutico atualizados... e com a memória fresca pra lembrar como fazer aqueles cálculos complexos. Com todas as ferramentas que temos hoje, é bem improvável que a gente pratique.
Já a parte do plano de travessia foi super interessante. Exercitamos análises, discutimos dilemas e desafios reais, e montamos um plano que foi elogiado! (A gente compartilha o nosso com vocês em breve 😉)
Ao final, estávamos prontos para navegar sem precisar da costa à vista. Com o certificado Ocean em mãos, o mar se abriu um pouco mais diante de nós — e assim, cada milha a mais deixou de ser um risco e passou a ser um convite.
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