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Japão: Naoshima

Naoshima combina silêncio, arquitetura precisa e arte contemporânea integrada ao mar do Seto Naikai. Uma ilha que se transforma a cada passo, onde museus subterrâneos, casas históricas convertidas em instalações e esculturas ao ar livre criam um percurso que alterna surpresa, contemplação e ritmo leve. A visita revela como um território pequeno pode concentrar experiências culturais de grande impacto, sempre ancoradas na paisagem e na luz. E se você ainda conseguir se hospedar em um dos museus de lá, como o Benesse, a experiência é simplesmente indescritível.



Japão: naoshima

A ilha de Naoshima ganhou fama como um dos centros mais importantes de arte contemporânea no Japão, mas essa definição não explica completamente a experiência. Aqui, a arquitetura de Tadao Ando se mistura ao terreno com naturalidade, os museus conversam com a luz do dia e as instalações surgem de forma quase orgânica no meio da paisagem. Caminhar por Naoshima é entrar em um jogo constante entre espaços abertos, silêncios e obras que mudam de significado conforme o horário ou o ângulo. O percurso inclui o Chichu Art Museum, um museu subterrâneo onde a claridade natural assume o papel de guia; o Benesse House, que amplia a arte para fora das galerias; os projetos de casas restauradas na vila de Honmura; e as esculturas icônicas de Yayoi Kusama, que funcionam como pontos de encontro entre visitante e cenário. A ilha mantém ainda a atmosfera simples de suas aldeias tradicionais, marcada por ruas estreitas, cafés pequenos e um cotidiano sereno. Essa combinação entre vida local e criação artística transforma Naoshima em um destino que vai além de museus, permitindo que a arte se torne parte da caminhada, do vento e do mar ao redor.


Onde fica Naoshima

Naoshima está no Mar Interior de Seto, pertencente à província de Kagawa, próxima à ilha de Shikoku.


Fica a cerca de 20 km da cidade de Takamatsu e a aproximadamente 3 horas de viagem a partir de Tóquio, combinando trem-bala até Okayama e ferry até a ilha.


Uma das portas de entrada mais práticas é o porto de Uno, em Okayama, que mantém travessias frequentes. Também está próxima de destinos conhecidos como Takamatsu, Kurashiki e Okayama, que costumam complementar o roteiro pela região.

Significado do nome "Naoshima"

O nome “Naoshima” combina os caracteres “nao” (直), que remete a algo direto ou correto, e “shima” (島), ilha. A interpretação mais aceita sugere que o nome esteja ligado a uma referência antiga ao formato simples do território ou ao papel de ponto de passagem alinhado no Mar Interior de Seto.

Um pouco da história de Naoshima

Os primeiros registros de ocupação em Naoshima são ligados a pequenas comunidades pesqueiras que se estabeleciam no Mar Interior de Seto desde tempos antigos, aproveitando as águas calmas e os canais naturais de navegação.


Durante o período medieval, a ilha manteve papel discreto, servindo como ponto de apoio a embarcações que circulavam entre Honshu e Shikoku. Não há registro de grandes clãs controlando a ilha diretamente, mas ela integrava rotas ligadas aos domínios regionais que variavam conforme o equilíbrio político da época.


Com o passar dos séculos, Naoshima desenvolveu uma economia baseada em pesca, agricultura modesta e pequenas atividades portuárias. Seu tamanho reduzido e a limitação de recursos naturais impediram que se tornasse um centro de relevância política, mantendo sempre caráter local.


No século XX, a ilha recebeu instalações industriais vinculadas ao setor metalúrgico, especialmente após a expansão econômica japonesa do pós-guerra. A presença industrial marcou o cotidiano dos moradores, mas não trouxe desenvolvimento turístico ou cultural.


A transformação começou a ganhar forma a partir do final dos anos 1980, quando a Fundação Benesse iniciou um projeto de revitalização baseado em arte, arquitetura e integração com a paisagem. A colaboração com o arquiteto Tadao Ando definiu o novo perfil da ilha, criando museus, instalações e um conceito de desenvolvimento cultural atrelado à conservação ambiental.


Hoje, Naoshima é reconhecida internacionalmente como um polo de arte contemporânea. A herança pesqueira e a memória das aldeias tradicionais se misturam ao ambiente artístico, criando um equilíbrio onde passado e presente convivem de maneira natural. A economia atual gira principalmente em torno do turismo cultural, sustentado pela reputação construída nas últimas décadas.

Curiosidades sobre Naoshima

  • Transformação urbana: boa parte da revitalização moderna da ilha começou com projetos de arte iniciados nos anos 1990.

  • Tadao Ando: o arquiteto projetou museus subterrâneos e galerias que utilizam a luz natural como elemento central.

  • Yayoi Kusama: as abóboras amarela e vermelha são hoje símbolos da ilha.

  • Art House Project: casas abandonadas foram convertidas em instalações contemporâneas na vila de Honmura.

  • Setouchi Triennale: festival que reúne várias ilhas e reforça o papel cultural da região.

Regiões e áreas de interesse em Naoshima

  • Miyanoura: área de chegada, movimentação portuária, galerias e a Red Pumpkin.

  • Honmura: vila tradicional onde ficam as casas do Art House Project.

  • Benesse Area / Tsutsuji-so: concentra museus, esculturas ao ar livre e o icônico conjunto arquitetônico de Tadao Ando.


O que ver em Naoshima

Segue uma sugestão das atrações que visitamos ou foram indicadas para ver na cidade, considerando a relevância turística de 1 a 5, sendo 1 imperdível e 5 apenas para interesses específicos ou se sobrar tempo.

  1. Chichu Art Museum: museu subterrâneo que usa luz natural para iluminar obras de Monet, James Turrell e Walter De Maria (museu) (Benesse Area) (1)

  2. Benesse House Museum: arte contemporânea integrada à arquitetura e à paisagem (museu) (Benesse Area) (1)

  3. Pumpkin (Yellow): escultura de Yayoi Kusama junto ao mar, símbolo máximo da ilha (arte ao ar livre) (Benesse Area) (1)

  4. Art House Project: casas tradicionais transformadas em instalações contemporâneas (arte urbana) (Honmura) (2)

  5. Lee Ufan Museum: obras do artista coreano-japonês em diálogo com volumes de concreto e natureza (museu) (Benesse Area) (2)

  6. Red Pumpkin: escultura de Yayoi Kusama na área portuária, marco visual da chegada (arte ao ar livre) (Miyanoura) (3)

  7. Naoshima Bath “I♥Yu”: banho público transformado em obra artística (experiência cultural) (Miyanoura) (3)

  8. Ando Museum: pequena casa de madeira convertida em espaço dedicado ao arquiteto (museu) (Honmura) (3)

  9. Miyanoura Gallery 6: galeria pequena com exposições temporárias (galeria) (Miyanoura) (4)

  10. Rotas costeiras: trilhas leves ao longo do mar com vistas do Seto Naikai (natureza) (Benesse Area / litoral) (4)


Sugestão de roteiro para visitar Naoshima

Sugestão otimizada: 2 dias inteiros são suficientes para fazer o circuito com calma.


Benesse Area e arredores

  • Chichu Art Museum: visita marcada pela luz natural (💎1) (⏱️90–120 min)

  • Benesse House Museum: percurso entre galerias internas e esculturas externas (💎1) (⏱️60–90 min)

  • Yellow Pumpkin: parada rápida para fotos e contemplação (💎1) (⏱️10–20 min)

  • Lee Ufan Museum: obras em diálogo com o concreto e a paisagem (💎2) (⏱️45–60 min)

Honmura

  • Art House Project: circuito pelas casas-conceito (💎2) (⏱️60–90 min)

  • Ando Museum: leitura da história e da obra do arquiteto (💎3) (⏱️20–30 min)

Miyanoura

  • Red Pumpkin: instalação icônica na chegada (💎3) (⏱️10–15 min)

  • Naoshima Bath “I♥Yu”: experiência criativa de banho comunitário (💎3) (⏱️30–45 min)

  • Miyanoura Gallery 6: exposições rotativas (💎4) (⏱️20–30 min)



Outras dicas para visitar Naoshima


  • Transporte interno: ônibus locais conectam as principais áreas, mas caminhadas são frequentes, já que em alguns pontos é a única forma de deslocamento. Alugar bicicleta é uma ótima opção, mas reserve com antecedência pois elas são limitadas e se programe para estacioná-la nos bolsões próximos aos museus, onde o trânsito de bike não é permitido.

  • Ingressos: alguns museus exigem reserva antecipada, especialmente o Chichu Art Museum.

  • Alimentação: poucas opções nas áreas mais isoladas; cafés concentram-se em Honmura e Miyanoura.

  • Clima: primavera e outono oferecem as melhores luzes para apreciar as obras externas.


Chichu Art Museum, Noashima

Benesse House, Naoshima

 
 
 

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