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Grécia - Peloponeso: Pylos

Atualizado: 9 de ago.


Grécia - Peloponeso: Pylos

Pylos, também conhecida historicamente como Navarino, é uma cidade portuária no sudoeste do Peloponeso, na Grécia, com vista para a ampla baía que leva seu nome.


Pylos, Peloponeso
Pylos, Peloponeso

Compacta, arborizada e estrategicamente construída em anfiteatro natural, Pylos combina bem uma atmosfera náutica com história intensa, forte presença local e um ritmo acessível para quem viaja de barco ou explora a região de carro.


Porto de Pylos
Porto de Pylos

Origem desse nome

O nome “Pylos” tem origem na Antiguidade e aparece nas obras de Homero como o reino do velho e sábio Nestor. Já o nome “Navarino” tem raízes medievais e vem da presença de mercadores e navegadores francos e venezianos. Durante séculos, os dois nomes coexistiram — um mais ligado à tradição grega, outro ao período de dominação estrangeira.

Um pouco da história desse destino

A história de Pylos cruza muitos momentos importantes da história da Grécia. No período micênico, por volta de 1300 a.C., foi a capital de um dos principais reinos do Peloponeso, governado por Nestor — o mesmo das epopeias homéricas. O palácio que leva seu nome, descoberto em escavações arqueológicas no século XX, é o mais bem preservado de toda a civilização micênica. Ali foram encontradas centenas de tábuas com escrita Linear B, comprovando uma administração organizada, religiosa e comercial ativa.


Após o colapso do mundo micênico, a cidade perdeu importância e permaneceu relativamente discreta por séculos, até voltar ao cenário geopolítico no período bizantino e, depois, nas disputas entre venezianos e otomanos. Cada poder deixou sua marca: os venezianos ergueram o impressionante castelo Velha Navarino, enquanto os otomanos construíram a fortaleza de Neokastro (Castelo Novo), ainda hoje de pé.


Mas foi em 1827 que Pylos entrou de vez nos livros de história. A Batalha de Navarino — a última grande batalha naval da história travada apenas com navios à vela — aconteceu na baía em frente à cidade. A princípio, o objetivo das potências europeias (Grã-Bretanha, França e Rússia) era apenas pressionar o Império Otomano a aceitar a independência da Grécia. Mas um disparo acidental desencadeou um confronto inesperado. Em poucas horas, a frota turco-egípcia foi praticamente aniquilada. Sem querer, os aliados haviam mudado os rumos da guerra e dado à Grécia o impulso final rumo à liberdade. E Pylos, de espectadora, tornou-se símbolo da independência grega.


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Após a independência, Pylos renasceu como uma pequena cidade portuária com forte identidade grega. Durante o século XIX e início do XX, manteve-se como centro pesqueiro e agrícola, mas seu valor simbólico como palco da Batalha de Navarino atraiu atenção nacional. Com o tempo, o turismo passou a ocupar um papel crescente na economia local, impulsionado pelas águas calmas da baía, pelas fortalezas históricas e pelas escavações arqueológicas.


Hoje, Pylos equilibra a vida tranquila de uma cidade pequena com o prestígio de seu passado grandioso — é um destino que atrai tanto amantes da história quanto velejadores, arqueólogos e curiosos pela rica tapeçaria do Mediterrâneo.

Curiosidades

Pylos tem algumas peculiaridades dignas de nota.


A primeira é a sombra das suas árvores: no centro da cidade, a praça principal é quase totalmente coberta por plátanos centenários, o que lhe confere um microclima natural. Dizem os locais que a praça de Pylos é o único lugar da Messênia onde nunca se fica ao sol por mais de três segundos (um pouco de exagero, mas lenda é lenda!)


Outra curiosidade: no verão, é comum ver senhores locais jogando tavli (tipo de gamão grego) em plena praça, cercados por netos com sorvetes e gatos esperando restos de souvlaki.


Há também um pequeno detalhe topográfico que intriga quem pilota barcos — a baía de Pylos, apesar de abrigada, tem ressonâncias acústicas únicas: qualquer som de motor, canto ou até assobio se propaga por metros a fio. É um lugar onde se ouve o que ninguém vê.


E uma última peculiaridade que poucos notam: Pylos é uma das poucas cidades da Grécia continental com orientação claramente voltada para o oeste, o que garante pores do sol espetaculares sobre o mar — algo raro em localidades protegidas por baías. Do alto do Neokastro ou até da própria praça central, o céu costuma se tingir de tons dourados e lilás no fim do dia, enquanto os barcos balançam em silêncio na enseada. É o tipo de detalhe que transforma um fim de tarde qualquer em uma pequena celebração cotidiana.

O que ver por lá

Veja aqui as principais atrações da cidade, seguidas de uma indicação da sua relevância turística entre 1 (imperdivel) a 5 (interessse específico).


  1. Castelo de Pylos (Niokastro ou Neokastro): fortaleza do século XVI com muralhas imponentes, museu arqueológico e vista para o mar (1)


  2. Museu Subaquático de Pylos: pequena exposição sobre naufrágios e arqueologia marítima da região, que fica dentro do Castelo (2)

    Museu Subaquático de Pylos
    Museu Subaquático de Pylos
  3. Praça Central (Trion Navarchon): Dentro do Neokastro, fica a Igreja da Transfiguração do Salvador, que foi originalmente construída como mesquita otomana no século XVI, convertida em igreja pelos venezianos e, após a independência da Grécia, passou a funcionar como igreja ortodoxa. Simples, austera mas muito bonita.(1)

    Igreja Ortodoxa da Transfiguração do Salvador, no Neokastro, em Pylos
    Igreja Ortodoxa da Transfiguração do Salvador, no Neokastro, em Pylos
  4. Praça Central (Trion Navarchon): praça principal da cidade com cafés, sombra de plátanos e monumento da Batalha de Navarino (2)

    Praça Central de Pylos
    Praça Central de Pylos
  5. Memorial da Batalha de Navarino: obelisco e monumentos espalhados ao redor da baía homenageando os aliados da independência grega (3)

    Monumento na Praça Central
    Monumento na Praça Central

    Nos arredores


  6. Palácio de Nestor : ruínas do complexo micênico de Nestor, com afrescos bem preservados e vista sobre colinas agrícolas (2)



  7. Praia de Voidokilia: enseada circular quase perfeita, em formato de ômega com areia clara e mar calmo, água super cristalina, cercada por dunas e ruínas (1) (ver o post)

    Praia de Voidokilia
    Praia de Voidokilia

Dicas de Restaurantes

  • Katerina's Tavern Restaurant: Taverna familiar tradicional com pratos gregos autênticos, ambiente acolhedor e serviço atencioso (4.6/5)

  • Sapientza Restaurant: Especializado em culinária grega tradicional, oferece porções generosas e ambiente nostálgico (4.6/5)

  • MODON Restaurant: Restaurante moderno com foco em frutos do mar frescos e pratos mediterrâneos criativos (4.5/5)

  • Em Voidokilia não há restaurantes diretamente na praia ou imediações, por ser uma área protegida e classificada como zona Natura 2000 devido à sua importância ecológica. O foco ali é preservação — portanto, não há construções ou infraestrutura turística permanente na praia. Os restaurantes mais próximos estão em Gialova (Notre Maison, La Cucina Italiana e Elia Restaurant) ou Petrochori (algumas tavernas e bares locais)

    *Notas da Avaliação Média do TripAdvisor em Maio de 2025

Dicas para quem chega de barco

  • Abrigo seguro e bem protegido: A Baía de Navarino é uma das mais seguras do Jônico. Tem águas calmas mesmo com ventos fortes e oferece bom fundeio em fundo de areia e lodo. Ideal para quem precisa descansar com tranquilidade.

  • Marina inacabada, mas funcional: Há uma marina semiabandonada ao sul do porto, com alguns pontos de amarração. Apesar de precária, muitos velejadores usam o local para pernoitar com acesso fácil à cidade.

  • Reabastecimento: Caminhando até a praça principal é possível encontrar padarias, mercados e cafés. Para combustível, é preciso combinar entrega com um caminhão-tanque local — os donos das tavernas ou cafés costumam indicar alguém.

  • Passeios fáceis a partir do ancoradouro: A pé, chega-se ao centro em 10 minutos. Táxis ou carros alugados levam a Voidokilia, Palácio de Nestor e Gialova.

  • Cuidado com ecos sonoros: À noite, sons se propagam com facilidade pela baía — incluindo música de barcos vizinhos. Vale manter o gerador desligado depois das 22h.


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