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Grécia - Peloponeso: Olympia

Atualizado: 9 de ago.


Grécia - Peloponeso: Olympia

No coração do Peloponeso, entre colinas cobertas de oliveiras e o som tranquilo do rio Alfeu, está um dos lugares mais simbólicos da Grécia Antiga: Olympia, o berço dos Jogos Olímpicos.



Foi aqui, onde mito e história caminham lado a lado, que nasceram os jogos em homenagem a Zeus. Um encontro sagrado entre atletas de toda a Grécia, num espaço onde as rivalidades davam lugar à trégua, ao respeito e à celebração da excelência física e espiritual.


Hoje, as ruínas ainda guardam essa energia. Caminhar entre as colunas do Templo de Zeus, onde ficava uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, ou pisar na pista do estádio original, onde os atletas competiam há quase 3 mil anos, é como cruzar um portal no tempo.


Olympia não impressiona pela paisagem — apesar de ser bela e serena. Ela emociona pela carga simbólica, pela herança de um ideal que atravessa séculos: paz, honra, equilíbrio e superação.


Mesmo longe da costa, é um desvio que vale cada quilômetro. Um lugar onde o silêncio fala mais alto que qualquer palavra. E onde a história pulsa viva, entre pedras antigas e oliveiras ao vento. Reserve um dia inteiro para explorar com calma. Mergulhe nesse solo sagrado. E volte com a alma tocada por tudo o que ele representa.



Um pouco da história de Olympia (e das Olimpíadas)

Fundada como centro religioso ainda no século X a.C., Olympia rapidamente se transformou em um dos locais mais sagrados de toda a Grécia Antiga. Era aqui que as cidades-estado rivais, apesar das constantes disputas por território, poder e prestígio, deixavam de lado as armas para se encontrarem em um raro momento de trégua. Durante os Jogos Olímpicos, realizados a cada quatro anos em honra a Zeus, a Ékécheiria — a paz olímpica — era oficialmente decretada. Nenhuma guerra, vingança ou retaliação era permitida enquanto os jogos aconteciam.


Mais do que uma competição atlética, os jogos eram uma expressão de fé e reverência. Os atletas competiam nus, simbolizando pureza, e dedicavam seus feitos aos deuses. Vencer era conquistar glória não apenas para si, mas para toda a pólis — a cidade natal. A vitória era celebrada com coroas de oliveira selvagem e, muitas vezes, com a construção de estátuas em seu nome.


Além das provas físicas — como corrida, luta, lançamento de disco e de dardo, salto e a célebre corrida de bigas — o evento incluía sacrifícios solenes, desfiles, juramentos e rituais.


O templo de Zeus, no centro do santuário, não era apenas monumental: abrigava uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, a estátua do deus esculpida por Fídias, em ouro e marfim.


Durante séculos, Olympia foi símbolo de unidade e de valores que transcendiam o campo de batalha. Era um palco onde a força física se combinava com a ética, a honra e o respeito mútuo. Um espaço onde o corpo e o espírito se encontravam em harmonia diante dos deuses.

O Sítio Arqueológico de Olympia

Antes de começar o percurso pelo sítio arqueológico, vale saber que Olympia não se resume a um único templo ou estádio: é um complexo vasto, com estruturas religiosas, esportivas e funcionais espalhadas por uma paisagem arborizada e tranquila. A visita ganha muito mais sentido quando se entende o papel de cada construção dentro do santuário.


A seguir, uma lista dos principais pontos a serem vistos, organizada na ordem em que aparecem ao longo do trajeto:

  • Ginásio – Área onde os atletas treinavam corrida, luta e salto, com pátio amplo e colunatas.

  • Palestra – Espaço reservado ao treino de lutas e práticas intelectuais, com salas ao redor de um pátio.

  • Oficina de Fídias – Local onde foi esculpida a estátua de Zeus; hoje, suas ruínas preservam a planta original do ateliê.

  • Templo de Zeus – Estrutura monumental do século V a.C. que abrigava uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

  • Templo de Hera (Heraion) – Um dos templos mais antigos da Grécia, onde ainda hoje se acende a chama olímpica.

  • Pelopion – Pequeno recinto sagrado que homenageava o herói Pélops; local de antigos rituais.

  • Altis (Recinto Sagrado) – Núcleo espiritual de Olympia, cercado por muros, com templos e altares em seu interior.

  • Metroön – Pequeno templo dedicado à mãe dos deuses, também usado para cultos imperiais.

  • Echo Stoa – Pórtico de entrada ao estádio, conhecido pelo curioso efeito acústico que amplifica os sons.

  • Estádio – Arena principal dos jogos, com pista de 192 metros e capacidade para milhares de espectadores.

  • Leonidaion – Hospedaria luxuosa construída para acomodar visitantes ilustres e embaixadores.

  • Philippeion – Monumento circular erguido por Filipe II da Macedônia, com estátuas de sua dinastia.

  • Nymphaeum de Herodes Ático – Fonte monumental romana com estátuas e elementos decorativos, que abastecia a área com água.

O que ver em na cidade de Olympia

Olympia é compacta, mas repleta de tesouros históricos e culturais.

(1) Sítio Arqueológico de Olympia (2 horas) (Relevância: 1 - Imperdível)

  • O coração de Olympia, onde tudo começou. Caminhar por aqui é como pisar no mesmo chão que atletas da Antiguidade. O que se vê hoje são ruínas silenciosas que ainda impressionam.

  • O Templo de Zeus, embora em colunas fragmentadas, deixa clara a grandiosidade da construção que um dia abrigou a célebre estátua do deus, feita de ouro e marfim — uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Ao lado, o Templo de Hera permanece como testemunha da cerimônia que acende, até hoje, a chama olímpica com espelhos parabólicos, antes de cada edição dos jogos modernos. E o Estádio Antigo, com sua pista de 192 metros e degraus escavados na terra - é até possível “correr” na pista original! Caminhar por ali é quase um ritual — os pés tocam o mesmo solo que já vibrou com os aplausos de milhares de espectadores no auge da civilização grega. Veja os detalhes na sessão acima.

  • No sítio arqueológico, você verá o arco que leva ao estádio, um ponto icônico. É também onde ocorre a cerimônia de acendimento da tocha para os Jogos Olímpicos modernos (não é diária, mas o local tem um simbolismo único). Incluído na visita ao sítio.

    Planta do Sitio Arqueologico de Olympia
    Sítio Arqueológico de Olympia

(2) Museu Arqueológico  (1 - 1,5 hora) (Relevância: 1 - Imperdível)

  • A poucos passos do sítio arqueológico, esse museu é um dos mais importantes do país e guarda com cuidado esculturas monumentais, ferramentas atléticas, estátuas votivas e fragmentos de histórias esquecidas. Destacam-se os frontões do Templo de Zeus e o belo Hermes de Praxiteles, em mármore perfeito, sereno, intocado. É o complemento perfeito para entender o que você viu nas ruínas. A entrada está inclusa no bilhete do sítio arqueológico. Reserve um tempinho para admirar os detalhes das esculturas – são de tirar o fôlego.

(3) Museu da História dos Jogos Olímpicos Antigos (45 min) (Relevância: 3 - Interessante)

  • Este museu, também a poucos minutos a pé do Museu Arqueológico, foca na evolução dos Jogos Olímpicos, com artefatos e explicações sobre as competições. É interessante para quem quer mergulhar no contexto histórico, mas não essencial se o tempo for curto.

(4) Passeio pela Vila de Olympia (1-1,5 hora) (Relevância: 4 - Para relax e almoçar)

  • A poucos minutos a pé do sítio arqueológico fica a vila de Olympia. É pequena, mas charmosinha, com lojinhas, tavernas e cafés. Bom a para um almoço ou um café após as ruínas. Experimente um souvlaki ou moussaka em uma taverna local, como o Taverna Bacchus.


(5) Museu Archimedes (30-45 min) (Relevância: 4 - Interessante Específico, para quem quer um tempo na natureza, se sobrar tempo)

  • Na vila, a poucos minutos a pé do centro, é um pequeno museu dedicado às invenções de Arquimedes, com réplicas interativas. É mais voltado a quem se interessa por ciência ou viaja com crianças.

(6) Trilha do Rio Alfeios (1-2 horas) (Relevância: 4 - Interessante Específico, se sobrar tempo)

  • O rio Alfeios passa perto do sítio arqueológico, e há trilhas leves para caminhar ao longo de suas margens. É uma boa opção para quem quer um momento de tranquilidade e natureza. A trilha começa próximo ao sítio; pergunte aos locais ou use um mapa offline.

Como chegar em Olympia e Dicas de Visita

Para quem, como nós, navega até lá, o porto mais próximo é Katakolon, a cerca de 20 km de Olympia (20-30 minutos).


Partindo do porto de Katakolon, a logística é simples: de lá, é fácil alugar um carro, pegar um táxi ou até contratar um transfer para explorar o sítio arqueológico e arredores (scooters são menos comuns aqui).


Comece cedo, por volta das 8h, quando abre; depois, fica muito quente e muito cheio. Comece pelo Sítio Arqueológico e depois siga para as demais atrações.


Leve água (há um quiosque na entrada do sítio e um restaurante no museu, mas nada para comer ou beber depois que se entra no parque). Idem para banheiros!

Dicas Práticas para quem chega de barco

  • Ancoragem: Katakolon tem um porto pequeno, mas seguro, com boas opções de ancoragem para barcos de até 12-15 metros.

  • Transporte: Táxis em Katakolon são abundantes e custam cerca de €30-40 ida e volta para Olympia. Alugar um carro dá mais liberdade.

  • Melhor época: Primavera (abril-maio) e outono (setembro-outubro) têm clima ameno e menos turistas. Verão é quente, então leve chapéu e água.

  • Comida local: Não perca o azeite de oliva da região – Olympia é famosa pela qualidade.


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