Grécia - Norte Egeu: Limnos
- Anna Karen Moraes Salomon
- 4 de ago.
- 6 min de leitura
Atualizado: 14 de ago.
Limnos (ou Lemnos) é uma ilha tranquila e pouco explorada do Norte do Egeu, na Grécia. Com uma geografia peculiar, formada por planícies, colinas suaves e uma extensa linha costeira com praias praticamente intocadas, Limnos combina natureza, história e autenticidade. Localizada ao norte do arquipélago do Egeu Setentrional, entre as ilhas de Thasos e Lesbos, ela é ideal para quem busca uma experiência mais local, com vilarejos tradicionais, sítios arqueológicos e uma gastronomia baseada em produtos próprios da ilha.

Não fomos lá (ainda!), mas vamos compartilhar aqui o que já pesquisamos sobre esse destino.
Onde fica
Limnos está localizada no norte do Mar Egeu, entre as ilhas de Lesbos e Samotrácia, relativamente próxima à costa norte da Grécia continental e à Turquia.
Sua posição estratégica no centro do Egeu Norte fez dela um importante ponto de ligação entre o continente e outras ilhas desde a Antiguidade.
A capital e porto principal é Myrina, no oeste da ilha,
Origem do nome
O nome "Limnos" (ou "Lemnos", forma latina) não tem uma origem clara. Alguns estudiosos acreditam que deriva de palavras pré-helênicas, possivelmente ligadas a antigas tribos locais ou a características geográficas da ilha.
Um pouco da história desse destino
A presença humana em Limnos remonta ao período Neolítico, sendo um dos mais antigos assentamentos da região do Egeu. O sítio de Poliochni, por exemplo, é considerado uma das primeiras cidades organizadas da Europa, datada do início do 4º milênio a.C., com ruas, casas e estruturas comunitárias. A cidade rivalizava com Troia em termos de desenvolvimento.
A mitologia grega associa a ilha ao deus Hefesto, que teria caído nela após ser expulso do Olimpo, o que também influenciou a percepção de Limnos como uma ilha de fogo e forja para produção de metais. A ilha teve importância militar e marítima, dada sua localização estratégica no norte do Egeu.
Durante o período clássico, Limnos foi colonizada por atenienses e associada a cultos místicos e divindades ctônicas.
Na era helenística e romana, Limnos manteve-se ativa como entreposto agrícola e comercial. Sob o domínio bizantino, fortalezas e igrejas foram construídas. Durante o período genovês e, mais tarde, o otomano, a ilha foi palco de conflitos e mudanças culturais. O Castelo de Myrina, que domina a capital da ilha até hoje, é um legado dessas épocas.
No século XX, Limnos foi palco de batalhas da Primeira Guerra Mundial, servindo como base para os Aliados. Foi integrada oficialmente à Grécia em 1912, com a libertação do domínio otomano. Hoje, a ilha mantém uma identidade forte e discreta, com uma população que vive da agricultura, da pesca, da produção de queijos e vinhos e, mais recentemente, de um turismo em expansão, mas ainda controlado.
Curiosidades
Limnos é uma das ilhas mais planas da Grécia, o que a torna excelente para explorar de carro ou bicicleta — ao contrário das montanhosas Cíclades ou Espórades.
A ilha é conhecida pelo vinho "Muscat de Limnos", branco, doce e perfumado, com denominação de origem protegida.
Em Limnos, existe um raro fenômeno natural: as dunas de areia de Pachies Ammoudies, também chamadas de "deserto de Limnos". Essas pequenas dunas em meio a uma ilha mediterrânea surpreendem os visitantes.
O queijo kalathaki ("pequeno cesto") é uma especialidade local semelhante à feta, maturado em pequenos cestos de palha e com sabor suave.
Limnos foi uma das primeiras bases aéreas aliadas na Primeira Guerra Mundial. De lá partiram aviões para operações sobre os Dardanelos.
Cidades, vilas e praias
Limnos conta com pelo menos 7 vilas principais, além de vários povoados menores e comunidades sazonais próximas a praias e sítios agrícolas.
A capital, Myrina, combina porto, zona comercial e ambiente tradicional. Moudros é a segunda maior vila, com história militar e acesso ao leste da ilha. Outras vilas importantes incluem Kontias, Kaspakas, Romanou, Skandali e Varos.
Principais vilas:
No oeste da ilha: Myrina, Kaspakas, Romanou
No sul: Kontias, Thanos
No leste: Moudros, Varos
No norte: Skandali, Propouli
A ilha possui mais de 30 praias com nome próprio e interesse turístico, acessíveis por estrada, trilha ou barco. São em geral amplas, de areia dourada e águas calmas, perfeitas para famílias ou para ancoragem tranquila.
Oeste da ilha: Agios Ioannis, Evgatis, Thanos, Romeikos Gialos, Riha Nera
Sul: Plati, Nevgatis, Thanous, Gomati
Leste: Fanaraki (Mikro e Megalo), Keros, Lichna, Skidi
Norte: Kotsinas, Agios Charalambos, Zematas
Centro: Pachies Ammoudies (dunas), Diapori, Agia Paraskevi
O que ver por lá
Veja aqui as suas principais atrações, seguidas do tipo de atração, da região da ilha onde se encontra e de uma indicação da sua relevância turística variando de 1 - imperdível a 5 - interesse específico.
Poliochni: Antigo assentamento pré-histórico considerado uma das primeiras cidades organizadas da Europa. (Sítio arqueológico) (leste da ilha) (1)
Hephaistia: Ruínas da principal cidade da ilha na Antiguidade, com teatro grego, templos e cemitérios. (Sítio arqueológico) (nordeste da ilha) (1)
Kaveirio: Santuário subterrâneo dedicado a divindades místicas, em penhasco com vista para o mar. (Sítio arqueológico / religioso) (norte da ilha) (2)
Castelo de Myrina: Fortaleza veneziana com muralhas extensas e vista panorâmica, habitada por cervos selvagens. (Patrimônio histórico) (oeste da ilha) (1)
Museu Arqueológico de Limnos: Peças arqueológicas dos principais sítios da ilha, com foco em cerâmica, estatuetas e achados pré-históricos. (Museu) (oeste da ilha - Myrina) (2)
Romeikos Gialos: Avenida costeira charmosa com cafés, casarões neoclássicos e atmosfera local. (Cultural / vida urbana) (oeste da ilha - Myrina) (2)
Igreja de Panagia Kakaviotissa: Pequena capela ortodoxa construída no interior de uma caverna rochosa, acessível por trilha. (Religioso / trilha) (próxima a Myrina) (2)
Igreja de Agios Sozon: Capela branca solitária em penhasco com vista para o mar, cartão-postal da ilha. (Religioso / paisagístico) (sul da ilha) (3)
Pachies Ammoudies: Minideserto de dunas de areia dourada cercado por vegetação mediterrânea. (Formação natural) (norte da ilha) (2)
Keros Beach: Praia longa e rasa com escola de windsurf e kite, ideal para esportes náuticos. (Praia / esportes aquáticos) (leste da ilha) (2)
Fanaraki (Megalo e Mikro): Duas enseadas de areia fina e águas calmas, perfeitas para famílias com crianças. (Praias) (sudeste da ilha) (2)
Plati Beach: Praia organizada com areia clara, guarda-sóis e bares à beira-mar. (Praia organizada) (sul da ilha) (2)
Thanos Beach: Praia popular com águas cristalinas e boa infraestrutura turística. (Praia) (sudoeste da ilha) (2)
Como chegar lá
A capital e porto principal é Myrina, no oeste da ilha, recebe conexões marítimas regulares a partir de Lavrio e Pireu, próximos de Atenas, além de voos domésticos do aeroporto de Atenas.
A maneira mais prática de chegar a Limnos é por avião, com voos regulares de Atenas (cerca de 1h) e, em menor frequência, de Tessalônica (50 min).
No verão, algumas rotas sazonais conectam a ilha a outras ilhas do Egeu. Também é possível chegar por ferry, partindo do porto de Lavrio, próximo a Atenas (9–10h), ou de Kavala, no norte da Grécia (3–4h).
Há ainda conexões sazonais com Lesbos e Samothraki, permitindo incluir Limnos em roteiros de ilha em ilha.
Dicas para quem chega de barco
Limnos possui bons pontos de ancoragem e marinas adequadas.
Myrina é o porto principal, com cais protegido, abastecimento de água e energia, além de serviços básicos e mercado próximos.
Moudros, no leste, oferece uma baía ampla e segura, ideal para pernoites tranquilos.
Ao navegar na região, é importante observar que o vento Meltemi pode ser forte no verão, exigindo planejamento nas travessias.
Algumas praias, como Keros e Thanos, também oferecem boas condições para fundear em mar calmo, mas sem infraestrutura de apoio.
Sugestão de roteiro por terra (3 dias)
Dia 1 – Chegada a Myrina, passeio pelo porto e pelo bairro Romeikos Gialos. Subida ao Castelo de Myrina para ver o pôr do sol e, com sorte, os cervos que vivem ali. Jantar em uma taverna tradicional.
Dia 2 – Visita a Poliochni e Hephaistia pela manhã, seguindo para a Igreja de Panagia Kakaviotissa. Tarde livre em Plati Beach ou Thanos Beach.
Dia 3 – Explorar o norte, com parada em Pachies Ammoudies e Kotsinas, e finalizar com Kaveirio e a capela de Agios Sozon antes de retornar.
Sugestão de roteiro por barco (3 dias)
Dia 1 – Chegada e ancoragem em Myrina. Passeio a pé pela cidade e subida ao Castelo ao entardecer.
Dia 2 – Navegação até o leste para visitar Moudros e explorar as praias de Fanaraki. Se o tempo permitir, ancoragem noturna na baía de Keros para praticar windsurf ou kite.
Dia 3 – Seguir para o norte, visitando Pachies Ammoudies e Kotsinas. Retornar a Myrina ou partir para a próxima ilha da rota.



Comentários