Grécia - Evia: Orei
- Anna Karen Moraes Salomon
- 7 de fev.
- 3 min de leitura
Orei é uma pequena vila portuária na extremidade noroeste da ilha de Evia, quase na divisa com a Tessália continental. Com seu cais em forma de ferradura, águas calmas e uma atmosfera pacata, Orei é ponto de paragem para quem vai de Evia para as Esporades - seu destaque está no imenso touro de mármore do século II a.C descoberto submerso na lama durante as obras porto na década de 60.

Não há quase nada para ver em Orei. As águas são limpas mas não transparentes de um verde sem graça devido ao fundo de lama. Não há atrações na vila a não ser o touro de mármore (esse sim é interessante, mas sozinho não vale a viagem). Não fomos à noite à cidade (estávamos ancorados), mas era uma sexta-feira de julho e havia música alta (o que deve seer bom para quem gosta de agito, mas incomoda um pouco quem procura só descanso). De qualquer forma, foi uma boa opção abrigada de paragem e abastecimento (o local para amarrar o bote é quase na frente do maior supermercado da cidade).
Mas segue aqui o que pesquisamos sobre esse destino:
Origem do nome Orei
O nome “Orei” (Ωρεοί) deriva da antiga cidade de Oreus, uma das mais antigas e importantes da região da Histieia. Em grego clássico, a palavra remete a “montanhas” ou “altura”, embora o vilarejo atual esteja à beira-mar.
História do vilarejo de Orei
Orei foi, na Antiguidade, uma das cidades principais do norte de Evia, chamada Oreus. Durante o período clássico, foi alvo de disputas entre atenienses e espartanos. Mais tarde, no período romano e bizantino, a região perdeu importância, mas voltou a ganhar vida como pequeno porto pesqueiro na era otomana. O nome moderno permaneceu como uma homenagem à cidade antiga, cujas ruínas estão hoje pouco visíveis, mas ainda documentadas.
Curiosidades
Orei abriga um dos achados escultóricos mais impressionantes da Grécia: o Touro de Orei, uma escultura helenística do século II a.C. (aproximadamente entre 200 e 150 a.C.) de 3,2 metros de comprimento esculpido em mármore branco de Thassos, conhecido pela sua qualidade e pureza. Acredita-se que tenha sido esculpido como monumento funerário ou em homenagem a alguma figura pública local. A escultura foi descoberta acidentalmente em 1965, durante obras no porto de Orei, submersa parcialmente no lodo. Hoje está exposta em uma caixa de vidro junto ao cais.
Mede cerca de 3,2 metros de comprimento e é feita em mármore branco
Logo na entrada do porto, é possível avistar o casco de um navio parcialmente submerso: trata-se de um cargueiro que transportava cimento e naufragou ali nos anos 1970. Como o cimento endureceu no fundo, ele nunca foi removido — e acabou se tornando parte da estrutura do quebra-mar, funcionando até hoje como proteção natural contra as ondas.
A cidade recebe ferryboats para a Tessália (Agios Konstantinos), servindo como um discreto elo entre a Grécia continental e Evia.
Em agosto, a vila se anima com a tradicional festa do peixe, onde sardinhas assadas são distribuídas gratuitamente com vinho local.
Como chegar lá
Orei está localizado na ponta noroeste da ilha de Evia. Pode-se chegar de carro a partir de Istiaia (20 min) ou de ferry desde Agios Konstantinos, na Tessália.
Dicas para quem chega de barco
Boa parada para quem cruza do norte da Grécia para Evia ou vice-versa.
Para quem navega, o porto e a baia oferece bom abrigo em condições normais (embora fique exposto a ventos fortes de oeste) com águas calmas e acesso fácil.
Tem uma pequena marina base da empresa de charter sailingholidays. Mesmo na sexta-feira de manhã a marina estava cheia de barcos, então as vagas são limitadas.
Há poucos serviços, mas água e eletricidade podem ser encontrados em alguns pontos. No supermercado na frente do porto vendem cartão de eletricidade.
O que ver por lá
Touro de Orei (15 min – Relevância 4): impressionante escultura helenística em mármore, à beira do porto.
Porto e promenade de Orei (30 min – Relevância 3): ideal para caminhadas ao fim da tarde.
Cais dos pescadores (Relevância 3): bom ponto para fotos com redes coloridas e barcos tradicionais. Dá para comprar peixes diretamemte com eles dependendo do horário em que você chegar.
Igreja de Agios Nikolaos (10 min – Relevância 2): capela branca com vista para o mar.
Ruínas da antiga Oreus (10 min – Relevância 2): escassas, mas de interesse arqueológico.
Praia de Tsokaiti (Relevância 3): pequena e tranquila, com águas rasas e transparentes.
Restaurantes
Não chegamos a comer por lá, mas pelo que pesquisamos o destaque está nos frutos do mar. A recomendação que tivemos foi a taverna To Limanaki para sardinhas grelhadas, polvo na brasa e saladas frescas com queijo local. Simples, barato e delicioso.
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