Grécia - Ciclades: Ilha de Tinos

Tinos, nas Ciclades

Tinos: fé, arte e natureza no coração das Cíclades

Tinos é uma ilha montanhosa localizada no norte do arquipélago das Cíclades, na Grécia. Conhecida por atrair milhares de peregrinos religiosos, ela surpreende também com um interior vibrante de vilas artísticas, colinas salpicadas de pombais venezianos, trilhas antigas e praias para todos os gostos. Mesmo com sua fama religiosa, Tinos permanece fora do radar turístico de massa, oferecendo autenticidade, cultura e beleza natural num equilíbrio raro nas Cíclades.

Não fomos lá (ainda!), mas vamos compartilhar aqui o que já pesquisamos sobre esse destino.

Significado do nome da ilha

O nome "Tinos" pode estar ligado a um antigo habitante mitológico chamado Tino, ou ao fenício “Tanith”, deusa da fertilidade. Não há consenso sobre a origem, mas documentos antigos já faziam referência à ilha como Tenos ou Tēnos desde o período arcaico.

Um pouco da história desse destino

Habitada desde o Neolítico, Tinos possui sítios arqueológicos importantes como Strofilas, um dos mais antigos assentamentos cicládicos fortificados, datado de cerca de 3.000 a.C. Durante a Idade do Bronze, a ilha participou da cultura cicládica, mantendo contato com os centros minoicos e micênicos.

Na Antiguidade clássica, Tinos era uma polis ativa, cunhando suas próprias moedas e participando da Liga de Delos sob domínio ateniense. Os romanos também controlaram a ilha, que depois foi incorporada ao Império Bizantino, com construção de igrejas e monastérios.

Após a Quarta Cruzada, Tinos passou para o controle veneziano em 1207, sendo governada pelas famílias Ghisi e Sanudo por mais de 500 anos. Eles introduziram os famosos “dovecotes” e fortaleceram as vilas do interior. A ilha resistiu aos otomanos até 1715, quando finalmente caiu sob domínio turco.

Tinos foi incorporada ao Estado grego em 1830. A descoberta do ícone milagroso da Virgem Maria em 1823 transformou a ilha em destino de peregrinação nacional.

Hoje, Tinos é referência na arte do mármore, na arquitetura popular e no turismo alternativo das Cíclades.

Curiosidades

A cada 15 de agosto, Tinos se transforma. Na Festa da Dormição da Virgem Maria, milhares de peregrinos sobem a colina até a igreja Panagia Evangelistria de joelhos, como demonstração de fé. É o maior evento religioso da Grécia.

É a ilha dos pombais artísticos. Tinos abriga mais de 600 “dovecotes”, torres ornamentadas que serviam como criação de pombos. Introduzidas pelos venezianos, essas construções são únicas e espalham-se pelas paisagens do interior.

A tradição do mármore é uma arte viva. A vila de Pyrgos é um dos centros escultóricos mais importantes da Grécia. Ali nasceu o famoso escultor Chalepas, e hoje há um museu inteiro dedicado à escultura e à técnica do mármore.

A geologia é quase extraterrestre. Em Volax, gigantescas rochas arredondadas criam um cenário que parece saído de outro planeta. O vilarejo é famoso também por sua tradição em cestaria e teatro ao ar livre.

Suas cidades, vilas e praias

Tinos conta com pelo menos oito vilas principais com presença contínua de habitantes e estrutura turística:

• Chora (cidade principal)

• Pyrgos

• Volax

• Kardiani

• Isternia

• Komi

• Tripotamos

• Falatados

• Outras aldeias sazonais surgem nas áreas litorâneas durante o verão.

A ilha tem ao menos 15 praias reconhecidas com acesso por estrada, trilha ou barco, todas com algum grau de interesse turístico, desde estruturadas até isoladas.

• No norte: Rochari, Agia Thalassa

• No oeste: Kolimvithra (dupla enseada), Kionia, Agios Fokas

• No sul: Pachia Ammos, Agios Romanos, Apigania

• No leste: Livada, Santa Margarita

• Isoladas ou pouco acessíveis: Lychnaftia, Agali, Vourni, Mali, Agios Sostis

O que ver por lá

Veja aqui as suas principais atrações, seguidas do tipo de atração, da região da ilha onde se encontra e de uma indicação da sua relevância turística variando de 1 - imperdível a 5 - interesse específico.

1. Panagia Evangelistria: Maior centro de peregrinação da Grécia, com ícone milagroso e arquitetura neoclássica (Igreja) (Chora) (1)

2. Museu de Arte Religiosa e Iconografia: Parte do complexo da Evangelistria, com peças litúrgicas e doações votivas (Museu) (Chora) (3)

3. Exomvourgo: Montanha com ruínas de fortaleza veneziana e vistas amplas (Fortaleza/Trilha) (centro da ilha) (2)

4. Strofilas: Sítio neolítico com gravuras rupestres e fortificações antigas (Sítio arqueológico) (sul) (2)

5. Pyrgos: Vila com arquitetura tradicional, escultores de mármore e o Museu Chalepas (Vila/Museu) (norte) (2)

6. Museu do Mármore: Dedicado à escultura, ferramentas e técnicas do mármore (Museu) (Pyrgos) (2)

7. Volax: Vila em cenário geológico surreal, cestaria e cultura teatral (Vila) (interior central) (3)

8. Rochari e Agia Thalassa: Duas praias relaxantes próximas ao porto de Panormos (Praias) (norte) (3)

9. Kolimvithra: Dupla enseada, uma mais selvagem e outra com estrutura (Praia) (oeste) (2)

10. Kardiani e Isternia: Vilas com vistas espetaculares do pôr do sol (Vilas) (oeste) (3)

11. Agios Fokas: Praia extensa e acessível a partir de Chora (Praia) (sudeste) (2)

12. Agios Romanos: Praia protegida do vento, ideal para famílias (Praia) (sul) (3)

Como chegar lá

A partir de Atenas, o acesso mais rápido é via ferry do porto de Rafina, com duração de cerca de 2 horas até o porto de Tinos (Chora). Há serviços de balsa convencionais e high-speed. Também é possível sair de Pireu, com travessias mais longas e menos frequentes. Tinos está conectada por mar a outras ilhas como Mykonos, Syros e Andros.

Dicas para quem chega de barco

• Porto principal: Chora oferece fundeio em marina com infraestrutura razoável e serviços básicos.

• Abrigo de vento: Agios Romanos é uma boa opção protegida de ventos de norte (meltemi).

• Acesso à ilha: Para explorar o interior, é recomendado alugar carro no porto ou contratar táxi.

• Pontos alternativos: Panormos tem bom fundeio e acesso direto às praias de Rochari e Agia Thalassa.

• Reabastecimento: Supermercados, padarias e posto de combustível estão disponíveis em Chora.

Restaurantes

Melhores da ilha

• Marathia (Chora), alta gastronomia grega à beira-mar, com produtos locais sazonais (Avaliação média: 4.9/5)

• To Thalassaki (Isternia Bay), pratos criativos com frutos do mar, ótimo para almoço com vista (Avaliação média: 4.8/5)

• Tarsanas (Panormos), especializado em frutos do mar frescos, ambiente familiar (Avaliação média: 4.7/5)

Chora

• Marathia, ver acima

• Itan Ena Mikro Karavi, culinária contemporânea com ingredientes frescos e excelente carta de vinhos (Avaliação média: 4.6/5)

• Symposion, taverna tradicional em rua calma, boas carnes e pratos locais (Avaliação média: 4.5/5)

Pyrgos

• O Megalos Kafenes, pratos típicos em ambiente clássico da praça principal (Avaliação média: 4.6/5)

• Platanos, comida caseira de qualidade sob árvores centenárias (Avaliação média: 4.5/5)

• To Koutouki Tou Giannaki, menor e mais informal, muito bem avaliado pelos locais (Avaliação média: 4.4/5)

Volax

• To Katoi, taverna com pratos locais e bom custo-benefício (Avaliação média: 4.5/5)

• Xotiko Cafe, ótimo para brunch ou lanche, com vista para as pedras (Avaliação média: 4.4/5)

• Vox Bar, comida leve e bebidas com boa música ambiente (Avaliação média: 4.3/5)

Notas da Avaliação Média do TripAdvisor em Maio de 2025 

Sugestão de roteiro por terra (3 dias)

Dia 1 – Chora e arredores

• Panagia Evangelistria: centro religioso e histórico da ilha (1) (1h)

• Museu de Arte Religiosa: coleções devocionais e arte sacra (3) (45min)

• Agios Fokas: praia urbana para terminar o dia (2) (1h30)Pernoite em Chora

Dia 2 – Vilas centrais e oeste

• Exomvourgo: subida até o castelo e vista do interior (2) (1h)

• Volax: vilarejo artístico e geológico (3) (1h)

• Kardiani e Isternia: vilas com vistas e cafés (3) (2h)

• Kolimvithra: praia em duas versões (2) (1h30)Pernoite em Kardiani ou Isternia

Dia 3 – Norte da ilha

• Pyrgos: museus, mármore e passeio urbano (2) (1h30)

• Museu do Mármore: visita educativa sobre escultura (2) (1h)

• Rochari e Agia Thalassa: banho final nas praias tranquilas (3) (2h)Pernoite em Panormos ou retorno

Sugestão de roteiro para barco (3 dias)

Dia 1 – Chegada a Chora

• Fundear no porto, visitar Panagia Evangelistria (1) (1h)

• Aluguel de carro para os dias seguintes

• Agios Fokas: praia de fácil acesso (2) (1h30)Pernoite a bordo em Chora

Dia 2 – Oeste e interior

• Navegar até Kolimvithra ou Panormos

• Visita a Volax e Exomvourgo (3) (2h)

• Pernoite a bordo em Panormos (abrigo seguro)

Dia 3 – Norte e retorno

• Visita a Pyrgos (Museu do Mármore) (2) (2h)

• Tarde em Rochari ou Agia Thalassa (3) (2h)

• Reabastecimento e retorno a Chora

• Pernoite a bordo ou travessia