Firenze 01 - Duomo, Batistério e Torre de Giotto
- Anna Karen
- 9 de jul. de 2015
- 5 min de leitura
Atualizado: 4 de mai.
O Duomo de Firenze, como o vemos hoje, é o resultado de um trabalho que se estendeu por seis séculos, incluindo ícones da arquitetura como a Torre de Giotto (Campanário de Giotto ou Torre do Sino), o Batistério e a Cúpula de Brunelleschi. Símbolo da cidade, é a quinta maior Igreja da Europa e chega a acomodar até 30.000 pessoas em seu interior.

A história do Duomo
Foi construída no lugar da antiga catedral dedicada a Santa Reparata, que funcionou durante nove séculos até ser demolida completamente em 1375 (no subsolo da catedral pode-se visitar as antigas ruínas da Catedral antiga).
O local deu espaço para a construção da nova Basílica, em uma época em que as catedrais ostentavam o poder das repúblicas italianas que competiam e buscavam se superar usando esses edifícios como símbolo de grandiosidade.
Em 1293, as obras foram iniciadas e a população passou a contribuir para financiar a construção, e todos os testamentos passaram a incluir uma cláusula de doação para as obras. Embora o estilo dominante da época fosse o gótico, seu projeto foi concebido com uma grandiosidade clássica.
Entre 1296 e 1302, o projeto foi confiado a Arnolfo de Cambio. Com a morte do arquiteto, o trabalho de construção sofreu uma parada.

Em 1330, um novo impulso foi dado quando foi descoberto o corpo de São Zenóbio, patrono e santo renomado por seus milagres, em Santa Reparata, que na época ainda não havia sido completamente demolida.
San Zenobius: Representação de um de seus milagres, sua estátua na fachada da Catedral e
urna com seus restos mortais preservada no Duomo
Em 1334, Giotto di Bondone foi indicado supervisor das obras e concentrou suas energias na construção do campanário sendo sucedido por Andrea Pisano.
Retrato do artista (abaixo, à esquerda)
e Painel de Andrea Pisano, peça original dos relevos da parte baixa do Campanário
Em 1348, quando a peste negra dizimou metade da população da cidade e estagnou seu crescimento por algum tempo, as obras pararam novamente.
Entre 1349 e 1359, sob a supervisão de Francesco Talenti, o campanário foi concluído e um novo projeto para o Duomo foi preparado, com a colaboração de Giovanni di Lapo Ghini: a nave central foi dividida em quatro espaços, reduzindo o número de janelas planejadas por Arnolfo.


Em 1375, o que havia restado da Santa Reparata foi finalmente demolido, ao mesmo tempo que continuou-se o trabalho de revestimento externo com mármores e decoração.

Em 1418, como o problema da cúpula ainda não havia sido resolvido, a Opera del Duomo, a centenária entidade administradora dos trabalhos na Catedral, anunciou um concurso vencido por Brunelleschi, e os trabalhos foram desenvolvidos entre 1420 e 1434 e sua lanterna foi instalada vinte anos depois.


Alguns arremates finais ainda vieram depois, como o revestimento externo conforme o projeto original de Arnolfo com mármores brancos de Carrara, verdes de Prato e vermelhos de Siena.
Em 25 de março (considerado o início do ano novo em Florença até o século XVIII) de 1436, a Catedral foi consagrada pelo Papa Eugênio IV, 140 anos depois do início da construção.


O interior do Duomo
O interior da catedral, extremamente clássico, chama atenção mais por suas proporções do que por sua decoração. Além da cúpula, chamam atenção o piso e o grande relógio acima da porta da entrada com 24 posições (é um relógio “de 24 horas ao contrário”, indicando as horas para missas e rezas!).
No subsolo , as ruínas de Santa Reparata mostram a estrutura do século XIV que cedeu espaço para a construção da catedral.
Para quem quer subir na torre são 84,7 metros: 414 degraus para a torre e 473 degraus para a cúpula, normalmente com muita fila de espera.


Battistero di San Giovanni (Batistério de São João)
Ao lado da Catedral, na Piazza del Duomo, fica o batistério, dito como o prédio mais antigo da cidade e famoso por suas magníficas portas de bronze.

Por um longo tempo acreditou-se que o batistério era, na verdade, um templo romano dedicado a Marte. Contudo, essa era uma ideia errônea. Escavações no século XX mostraram que o Batistério era uma torre de guarda, parte de uma muralha que protegia a cidade.
Desde que se tornou um Batistério, na época medieval e na Renascença, os florentinos de destaque eram sempre aqui batizados. Dante e também muitos membros da Família Medici foram batizados no local.
A construção mais próxima à atual foi feita e consagrada em 1059 pelo Papa Nicolau II e a estrutura octogonal representa o “oitavo dia” (octava dies), o dia da Ascensão de Cristo, simbolizando a vida eterna, que é dada pelo batismo.
Seu estilo arquitetônico serviu como protótipo para a construção, por Leone Battista Alberti, de outras igrejas românicas na Toscana.

O interior do Batistério remete ao Panteão de Roma, com pouca luz entrando através de pequenas janelas e pela claraboia, iluminando o zodíaco pagão no chão.

O teto é decorado com um magnífico mosaico criado por vários artistas venezianos em 1225 (talvez até mesmo Cimabue) e representa o Julgamento Final, com cenas de horríveis castigos e punições. Dante Alighieri cresceu olhando esses mosaicos, que serviram de inspirações visuais para a criação de muitas das cenas que narra em sua obra “Inferno”.


As Portas do Paraíso do Batistério
Em 1329, Andrea Pisano recebeu a encomenda de projetar as Portas Sul do Batistério e preparou 28 painéis quadrangulares, representando cenas da vida de São João Batista.


Em 1401, uma competição foi anunciada para a execução das Portas Norte do Batistério, onde competiram sete escultores, entre eles Donatello, Filippo Brunelleschi, Lorenzo Ghiberti.
Da esquerda para direita: Donatello, Brunelleschi e Ghiberti
Ghiberti, então com 21 anos, ganhou a encomenda. Brunelleschi ficou tão desiludido com a perda que partiu para Roma para estudar arquitetura e nunca mais esculpiu.
Ghiberti levou outros 21 anos para finalizar as portas, com novamente 28 painéis com cenas do Novo Testamento, e com isso tornou-se então uma celebridade e o artista máximo em seu campo.


Em 1425, Ghiberti recebeu uma segunda encomenda: as Portas Leste, a mais famosa, que Michelangelo chamou de “As Portas do Paraíso”, nome que permanece até hoje.

Portas do Paraiso de Ghiberti
As Portas do Paraíso foram colocadas em local seguro em 1943, durante a II Guerra Mundial.
Ao voltar ao seu local de origem, foi parcialmente danificada pela grande inundação de 1966, que destruiu inúmeros tesouros artísticos da cidade.

Em 1990, para assegurar sua preservação, as portas foram substituídas por cópias e as originais foram transferidas para o Museu Opera del Duomo, preservadas em contêineres cheios de nitrogênio.

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