Firenze 03 - Palazzo Medici Riccardi

Ao decidir construir o Palazzo, Cosimo de' Medici, o Velho, patriarca da família, pediu um projeto a Brunelleschi.

No entanto, o projeto apresentado era extravagante e luxuoso demais para o gosto de Cosimo, que, como político prudente, temia despertar inveja entre seus concidadãos.

Optou então por contratar Michelozzo, arquiteto igualmente respeitado, mas de estilo mais discreto.

Michelozzo projetou um edifício cúbico de aspecto imponente, mas sóbrio e austero, construído em 1460 na Via Larga (atualmente Via Cavour).

A fachada é uma obra-prima de sobriedade e elegância, caracterizada por janelas duplas, arcos e uma rusticação gradual: pedras salientes no térreo, mais planas no primeiro andar e suavemente enquadradas no segundo.

Ao longo dos lados leste e sul do palácio, corre um "banco de rua", uma base alta de pedra usada tanto para fins práticos quanto para ostentação, pois ali se formavam filas de pessoas esperando audiência com os Medici.

No interior, o pátio de entrada já impressiona com inúmeros bustos e padrões heráldicos dos membros proeminentes da família.

No primeiro andar, vale gastar um tempo observando os maravilhosos afresos da Galleria di Luca Giordano ou Galleria degli Specchi (Galeria dos Espelhos).

Ainda mais notável é a Cappella dei Magi (Capela dos Magos), capela privada da família, onde esplêndidos afrescos religiosos serviam também como cenário para retratar membros dos Medici e figuras políticas da época, vindas oficialmente a Firenze a convite dos Medici, celebrando suas alianças e conquistas.   

No final do século XV, época áurea de Lorenzo, o Magnífico, o Palazzo abrigava as grandiosas coleções artísticas dos Medici. No lado norte do edifício, no Horto de San Marco, comprado por Clarice Orsini, esposa de Lorenzo, foram dispostas esculturas clássicas para estudo.

Era nesse jardim que jovens artistas, frequentemente acolhidos no palácio, podiam copiar e estudar modelos clássicos, dando origem à primeira Academia de Belas Artes da Europa. Dentre os alunos que ali se formaram, destacam-se Leonardo da Vinci e Michelangelo, que passou parte de sua juventude vivendo no Palazzo.

A morte de Lorenzo, em 1492, marcou o início do declínio dos Medici em Florença.

Encorajados pelos sermões inflamados do frei Savonarola contra a luxúria, os costumes lascivos e neopagãos da cidade e a corrupção, os florentinos revoltaram-se.

Em 1494, o palácio foi saqueado, e o tesouro dos Medici — composto por joias, decorações e obras de arte inestimáveis — foi confiscado em nome da República Florentina.

Apesar de muitas obras terem permanecido em Florença, reconstituídas pelos sucessores dos Medici, a família enfrentaria novos desafios nas décadas seguintes.

Em 1527, o imperador Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico derrotou o exército francês na Itália, rompendo a aliança com o Papa Clemente VII, que também era um Medici. Sem recursos suficientes para pagar suas tropas, Carlos V viu seus soldados — em grande parte mercenários — marcharem contra Roma e saquearem brutalmente a cidade, no episódio conhecido como o Saque de Roma.

O Papa Clemente VII foi diretamente afetado, ficando sitiado e humilhado, o que enfraqueceu enormemente o prestígio dos Medici. Esse colapso repercutiu também em Florença, onde a população, aproveitando a fragilidade da família, iniciou uma nova revolta. A influência dos Medici foi novamente expulsa da cidade, e o Palazzo Medici sofreu novo saque.

Florença, que apoiava a França, resistiu, mas foi derrotada em 1530 durante o Cerco de Florença. A República de Firenze foi derrubada e Alessandro de Médici, neto de Lorenzo O Magnífico, foi instalado como governante da cidade.

O Papa Clemente VII foi diretamente afetado, ficando sitiado e humilhado, o que enfraqueceu enormemente o prestígio dos Medici. Esse colapso repercutiu também em Florença, onde a população, aproveitando a fragilidade da família, iniciou uma nova revolta. A influência dos Medici foi novamente expulsa da cidade, e o Palazzo Medici sofreu novo saque.

Florença, então, restaurou sua república e, aliada à França, resistiu por alguns anos à tentativa de restauração imperial. No entanto, em 1530, após o Cerco de Florença conduzido pelas forças de Carlos V, a cidade foi derrotada.

A República de Firenze foi derrubada, e Alessandro de' Medici, neto de Lorenzo o Magnífico, foi instalado como governante hereditário da cidade sob a proteção imperial, encerrando definitivamente a independência republicana de Florença.

Alessandro preferiu morar no Palazzo Vecchio, abandonando o Palazzo da Via Larga aos descendentes de ramos menos conhecidos da família Medici. O edifício perdeu então sua função política e social de destaque.

Após várias transferências internas entre membros da família, o palácio foi adquirido por Ferdinando II de' Medici, que, já residente no Palazzo Pitti, decidiu vender o prédio — considerado então “obsoleto” — para a rica família de banqueiros Riccardi.

Na era moderna, o Palazzo passou a abrigar o Conselho Provincial e, ao longo dos anos, foram instalados ali um museu, uma biblioteca e espaços para exposições temporárias.

Hoje, o visitante pode percorrer suas salas históricas e mergulhar na memória viva de uma das famílias mais influentes da história europeia.

• Atrações tradicionais ou imperdíveis  

  • Mercato Centrale di San Lorenzo (Mercado Central e centro gastronômico no primeiro andar)

• Atrações complementares e bem interessantes  

  • Basilica di San Lorenzo

  • Capela Medici (na Basílica de San Lorenzo)

• Atrações opcionais ou de interesse específico  

  • Biblioteca Medicea Laurenziana (Biblioteca Lorenciana dos Medici) na Basílica di San Lorenzo