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Grécia - Evia: Eretria

Atualizado: 9 de ago.


Grécia - Evia: Eretria

Eretria é uma cidade costeira no oeste da ilha de Evia (Uebeia), voltada para o estreito que separa a ilha do continente grego. Com origens que remontam à Grécia Antiga, foi uma das cidades mais influentes do mundo helênico e guarda até hoje vestígios desse passado grandioso com ruínas milenares e seu museu arqueológico. Com praias tranquilas e uma orla com boa estrutura Eretria revela uma mistura cativante de história viva e atmosfera relaxada de cidade pequena.


Evia: Eretria
Evia: Eretria

Origem desse nome

O nome “Eretria” vem do grego antigo “ἐρέτης” (erétēs), que significa “remador”. Acredita-se que o nome esteja ligado à tradição naval da cidade, que foi uma potência marítima nas eras arcaica e clássica. Eretria significa, de forma poética, “terra dos remadores”.

Um pouco da história desse destino

Eretria foi uma das cidades mais influentes da Grécia Antiga. Situada na ilha de Eubeia (Evia), teve seu apogeu no século VIII a.C., quando participou ativamente do movimento colonizador grego, fundando, entre outras, a colônia de Pithecusae (na atual Ischia, Itália). Rivalizava com sua vizinha Cálcis, com quem travou guerras por controle de territórios e rotas comerciais. A cidade floresceu em cultura, comércio e influência, até ser arrasada pelos persas em 490 a.C., pouco antes da famosa Batalha de Maratona.

Reconstruída, Eretria voltou a desempenhar papel relevante nos períodos helenístico e romano. A cidade manteve importância regional durante séculos, com traços dessa ocupação ainda visíveis nas ruínas do templo de Apolo, no teatro antigo e em mosaicos surpreendentemente preservados. No entanto, após a Antiguidade, a cidade caiu gradualmente em esquecimento, sendo reduzida a uma vila agrícola sem expressão estratégica ou econômica significativa.


Já no século XX, Eretria ressurgiu como balneário emergente. Durante a década de 1960, grandes investimentos transformaram o litoral da cidade em um resort moderno, com hotéis, cassinos e infraestrutura para atrair turistas gregos e estrangeiros. Foi um tempo de glamour, com a cidade recebendo visitantes da elite ateniense e até algumas celebridades internacionais. No entanto, com a crise política e econômica que atingiu a Grécia nas décadas seguintes, os projetos foram abandonados. Muitos hotéis fecharam ou foram deixados em ruínas, e Eretria voltou a um estado de estagnação.


Nas últimas duas décadas, contudo, Eretria iniciou um discreto processo de revitalização. A proximidade com Atenas (cerca de 1h30 de viagem, incluindo o ferry) fez com que a cidade se tornasse uma opção viável para escapadelas de fim de semana e férias de verão para famílias gregas, casais em busca de tranquilidade e viajantes que preferem destinos mais autênticos e menos turísticos.

Hoje, Eretria tem uma atmosfera pacata e acolhedora. Suas praias são limpas e acessíveis, o calçadão à beira-mar ganhou cafés e tavernas simpáticas, e o Museu Arqueológico exibe tesouros que contam a história milenar da região. Visitada principalmente por gregos, mas cada vez mais descoberta por europeus em busca de história e descanso, Eretria combina ruínas antigas, mar azul e uma sensação de tempo suspenso que encanta quem passa por lá.

Curiosidades

Uma curiosidade é que Eretria é uma das poucas cidades gregas nessa região em que se pode caminhar por um centro urbano moderno e, ao virar a esquina, deparar-se com vestígios diretos do mundo antigo: ruínas de templos, teatros, banhos públicos e mosaicos estão integrados ao tecido urbano atual.


Outro fato interessante é que Eretria foi uma das primeiras cidades a ter um teatro grego com entrada subterrânea para os atores — inovação que influenciaria projetos posteriores em toda a Grécia. O sítio do teatro ainda pode ser visitado.


Em frente à orla de Eretria, a ilhota de Pezonisi — também conhecida como “Ilha dos Sonhos” — intriga quem caminha por suas trilhas sombreadas por pinheiros. Na década de 1960, o lugar foi transformado em um resort exclusivo, com bangalôs elegantes, jardins planejados e infraestrutura voltada à elite ateniense. Mas o sonho durou pouco: com a queda do regime militar e o fim dos subsídios estatais, o projeto foi descontinuado. O resort fechou abruptamente e jamais foi retomado, em parte por questões legais e disputas sobre a posse e uso do solo, que até hoje permanecem sem solução. É esse paradoxo que mais chama a atenção: uma ilha belíssima, com praias calmas e vista privilegiada, abandonada há décadas no coração de uma das regiões mais acessíveis da Grécia. Hoje, os antigos edifícios estão em ruínas — alguns grafitados com criatividade, outros apenas pixados e bastante deteriorados. Caminhar por Pezonisi é passear entre vestígios de um passado promissor, arte urbana espontânea, natureza intacta e um silêncio que parece guardar segredos... e uma torcida para que seja um dia recuperada.

O que ver por lá

Veja aqui as principais atrações da cidade, seguidas de uma indicação entre parênteses da sua relevância turística para a cidade em si, variando de 1 - imperdível a 5 - interesse específico.


  1. Orla de Eretria: Repleta de bares, cafés e restaurantes à beira-mar e beach clubs simples, ótima para passeios e refeições ao entardecer. (1)



  2. Ilhota de Pezonisi (também chamada “Ilha dos Sonhos”): Conectada por uma ponte, abriga um pequeno parque e praias tranquilas, com bangalôs. Muito curioso (leia a história na sessão "curiosidades" acima) (2)



  3. Museu Arqueológico de Eretria: Para quem gosta de arqueologia, é um dos mais importantes da Evia, com peças únicas dos períodos geométrico, arcaico e clássico. (2)


  4. Teatro Antigo de Eretria e Sítio Arqueológico de Eretria: Inclui ruínas do templo de Apolo, casa dos mosaicos, ginásio, estádio e o impressionante teatro antigo. Mas atenção: o sitio, que fica a1,5 km do centro, só abre a visita, mesmo no verão, duas vezes por semana; fora dos dias de abertura, dá para caminhar em volta e ter uma visão geral do local, mas não para é possível entrar e conhecer os detalhes. (2)


Dicas para quem chega lá de barco

  • Ancoragem: Fundo de areia. A baía é grande e protegida. Atenção ao caminho dos ferries; eles passam literalmente de meia em meia hora no verão.

  • Atracagem: Tem um píer de concreto na baía do lado oposto à cidade (longe) onde param os barcos maiores de pesca e alguns outros barcos de passeio. Mas o local é raso, então cheque se atende ao calado. Pela distância e falta de estrutura, somada à baía garnde e bem protegida, parece valer mais a pena ancorar.

  • Acesso a cidade: Quem vai de bote da baía à cidade, pode parar em um paredão com cunhos na lateral da rampa da doca onde param os ferries (à esquerda da Orla) ou na pequena marina de botes que abriga os botes de pescadores na frente da Ilhota de Pezonisi (mas atenção, o local é todo tomado pelos barcos de pesca e parar ali é "um favor").

  • Acesso ao sítio arqueológico: Fica a curta caminhada da marina, ideal para visitas a pé.

  • Serviços: Há mercados, farmácias, cafés e bares a poucos metros do cais.

  • Abastecimento de combustível: Pode ser feito por caminhão-tanque mediante agendamento.

  • Ilhota de Pezonisi: Possibilidade de ancorar ao redor da ilha para mergulhos rápidos ou passeios de bote.

Restaurantes

  • La Cubana: Restaurante moderno com vista para o mar, pratos mediterrâneos com influências caribenhas, destaque para o ceviche e as sobremesas. (Avaliação média: 4.8/5) - Fomos nesse, bem gostosinho. Salada grega muito fresta e lulas deliciosas.

  • Primavera: Taverna tradicional com excelentes pratos de cordeiro e meze gregos, atendimento acolhedor. (Avaliação média: 4.7/5) - Acabamos não indo, mas estava bem cheio e a comida parecia boa.

  • Agora: Opção casual e charmosa com boas saladas, frutos do mar frescos e vinhos locais. (Avaliação média: 4.6/5)

Notas da Avaliação Média do TripAdvisor em Maio de 2025



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