Grécia - Ciclades: Ilha de Santorini (Thera)
- Anna Karen Moraes Salomon
- 31 de mai.
- 8 min de leitura
Atualizado: 18 de jun.
Santorini é uma das ilhas mais icônicas da Grécia, situada no sul do arquipélago das Cíclades, no Mar Egeu. Famosa pelas suas falésias dramáticas, igrejas de cúpulas azuis e pores do sol inesquecíveis, a ilha oferece um cenário impressionante moldado por uma erupção vulcânica que a transformou em uma caldeira submersa. É um destino que atrai casais, fotógrafos, curiosos por história antiga e amantes de boa gastronomia, combinando natureza, charme, cultura e infraestrutura turística refinada.

O GiraMondo ainda não chegou (ainda!), mas vamos compartilhar aqui o que já sabemos sobre esse destino.
Significado do nome da ilha
O nome “Santorini” deriva de “Santa Irene”, nome atribuído pelos venezianos no século XIII, em referência a uma igreja cristã dedicada à santa. Antes disso, a ilha era conhecida como Thera (ou Thira), nome ainda utilizado oficialmente na Grécia moderna. “Thera” pode estar relacionado à figura mitológica Theras, líder de colonos espartanos que teria estabelecido a cidade homônima na Antiguidade.
Um pouco da história desse destino
Os primeiros vestígios de habitação em Santorini datam do Neolítico, por volta de 4500 a.C., mas foi durante a Idade do Bronze que a ilha floresceu, especialmente com a cidade minoica de Akrotiri, um centro sofisticado com ruas pavimentadas, sistemas de esgoto e edifícios decorados com afrescos. Essa civilização foi abruptamente interrompida pela erupção vulcânica de cerca de 1600 a.C., uma das maiores da história humana, que soterrou a cidade em cinzas — preservando-a, como em Pompéia.
Na era clássica, a ilha era chamada Thera e foi colonizada por espartanos. Tornou-se uma polis ativa, cunhando sua própria moeda.
Na era helenística, Thera foi influenciada pelo Egito dos Ptolomeus, e sua posição estratégica permitia controlar rotas comerciais do Egeu.
Durante o Império Romano, Santorini manteve-se habitada, mas ganhou maior relevância sob o domínio bizantino, com igrejas ortodoxas e pequenos mosteiros surgindo em pontos elevados.
No século XIII, foi conquistada pelos venezianos e rebatizada como Santorini. Os castelos e torres defensivas construídos nesse período ainda podem ser vistos.
O domínio otomano começou no século XVI, e Santorini preservou autonomia parcial em troca de tributos, mantendo sua identidade local.
Após a Guerra da Independência da Grécia, a ilha foi integrada ao Estado Grego em 1830.
No século XX, erupções e terremotos impactaram sua geografia e arquitetura, mas também reforçaram seu apelo turístico, graças à combinação de beleza natural, história e autenticidade.
Hoje, Santorini é sinônimo de romance e cenário de cartão-postal, com sua história visível nas ruínas antigas, igrejas bizantinas e arquitetura ciclada bem preservada — tudo isso com vistas espetaculares para a caldeira.
Curiosidades
A erupção que moldou Santorini possivelmente inspirou o mito de Atlântida. Alguns estudiosos sugerem que a destruição de Akrotiri pode ter alimentado a lenda registrada por Platão.
A caldeira de Santorini é uma das poucas do mundo submersas e acessíveis, e pode ser explorada por barco, com visitas às ilhotas de lava Nea Kameni e Palea Kameni, onde o vulcão ainda exala vapor.
O vinho de Santorini, especialmente o branco Assyrtiko, é cultivado em vinhas circulares chamadas "kouloura", uma técnica única desenvolvida para proteger as uvas dos ventos fortes e do sol intenso.
As cores das casas da ilha não são apenas estéticas: o branco reflete o sol forte, ajudando a manter o interior fresco, enquanto as cúpulas azuis homenageiam a bandeira grega e simbolizam o céu e o mar.
Suas cidades, vilas e praias
Santorini possui 10 vilas habitadas com estrutura e população permanente, além de várias comunidades menores e núcleos sazonais voltados ao turismo.
Fira (Thira): capital da ilha, centro administrativo e turístico, com vista para a caldeira
Oia: vila famosa pelos pores do sol, casinhas brancas e cúpulas azuis
Imerovigli: conhecida como a “varanda da caldeira”, vila mais elevada
Firostefani: área entre Fira e Imerovigli, com vistas panorâmicas
Pyrgos: vila no alto da ilha, com castelo veneziano e charme rural
Emporio: maior vila tradicional, com arquitetura fortificada e torres
Megalochori: vila vinícola charmosa com ruas estreitas
Akrotiri: vila ao sul, próxima ao sítio arqueológico
Kamari: vila costeira voltada ao turismo balnear
Perissa: vila litorânea com praia de areia preta
A ilha tem pelo menos 20 praias nomeadas com acesso viável e interesse turístico:
Oeste: não há praias, pois a costa é composta por falésias
Sul: Praia Vermelha, Praia Branca, Mesa Pigadia
Sudeste: Perissa, Perivolos, Agios Georgios
Leste: Kamari, Monolithos, Exo Gialos
Norte: Koloumpos, Pori, Baxedes
Sudoeste: Vlychada, Eros, Almyra
Centro: Caldeira e ilhotas Nea Kameni e Palea Kameni (acesso por barco)
O que ver por lá
Veja aqui as suas principais atrações, seguidas do tipo de atração, da região da ilha onde se encontra e de uma indicação da sua relevância turística variando de 1 - imperdível a 5 - interesse específico.
Oia: Casas brancas e cúpulas azuis com vistas espetaculares do pôr do sol (Bairros e Áreas Charmosas) (norte) (1)
Fira: Capital movimentada com vistas panorâmicas da caldeira, com lojas e museus (Bairros e Áreas Charmosas) (centro-oeste) (1)
Sítio Arqueológico de Akrotiri: Cidade minoica preservada por cinzas vulcânicas (História e Cultura) (sudoeste) (1)
Praia Vermelha: Praia de areia escura com falésias vermelhas dramáticas (Natureza) (sudoeste) (1)
Caminhada de Fira a Oia: Trilha panorâmica pela borda da caldeira com paisagens deslumbrantes (Natureza) (centro-norte) (1)
Emporio: Vila medieval com ruas estreitas e torres fortificadas (Cidades e Vilas) (sul) (1)
Praia Branca: Praia de areia clara cercada por falésias brancas (Praias) (sudoeste) (1)
Vinícola Santo Wines: Vinícola com vista para a caldeira, famosa pela degustação de vinhos vulcânicos (Gastronomia) (sudoeste) (1)
Museu Arqueológico de Thera: Exposição de achados pré-históricos e clássicos da ilha (História e Cultura) (Fira) (2)
Megalochori: Vila charmosa com ruas estreitas e casarios tradicionais (Cidades e Vilas) (sudoeste) (2)
Praia de Perissa: Longa faixa de areia preta vulcânica com estrutura turística (Praias) (sudeste) (2)
Museu da Pré-História de Thera: Exposição sobre a civilização minoica e achados de Akrotiri (História e Cultura) (Fira) (1)
Museu do Folclore de Santorini: Objetos do cotidiano, roupas e tradições da ilha (História e Cultura) (Kontochori) (3)
Museu do Vinho Koutsoyannopoulos: Museu subterrâneo com história da viticultura local (História e Cultura) (Vothonas) (2)
Praia de Kamari: Praia organizada de areia preta com estrutura turística (Praias) (sudeste) (2)
Farol de Akrotiri: Farol histórico com vista para o pôr do sol e caldeira (Natureza) (sudoeste) (2)
Igreja Panagia Episkopi: Igreja bizantina com ícones antigos (História e Cultura) (Mesa Gonia) (3)
Thirasia: Ilha vizinha com atmosfera autêntica e trilhas (Natureza) (oeste) (3)
Pirgos: Vila com ruas em espiral, igrejas e vistas panorâmicas (Cidades e Vilas) (centro) (2)
Monastério do Profeta Elias: Mosteiro no ponto mais alto da ilha com vista de 360° (História e Cultura) (centro-sul) (3)
Museu Naval de Oia: Mostra a história marítima da ilha com maquetes e instrumentos náuticos (História e Cultura) (Oia) (3)
Como chegar lá
A partir de Atenas, é possível chegar a Santorini de duas formas principais: de avião ou ferry.
Há voos diretos saindo do Aeroporto Internacional Eleftherios Venizelos até o Aeroporto de Santorini (aproximadamente 50 minutos).
Por mar, os ferrys tem partidas diárias do Porto de Pireu (região metropolitana de Atenas), com durações variando de 5 a 8 horas, dependendo do tipo de embarcação (rápido ou convencional).
Santorini também é bem conectada com outras ilhas das Cíclades por ferry, incluindo Mykonos, Paros, Naxos e Ios, além de conexões com Creta, Rodes e o Dodecaneso.
Dicas para quem chega de barco
Fundeio em Ammoudi: A enseada sob Oia oferece águas calmas e acesso direto por bote à vila.
Porto de Athinios: Principal porto de ferries, movimentado e com poucos espaços para barcos de passeio.
Ancoragem alternativa: Fira pode ser acessada por ancoragem em frente à cidade e subida por teleférico ou escadarias.
Atenção aos ventos: A costa oeste da caldeira é exposta; busque abrigo ao sul ou leste da ilha em caso de ventos fortes.
Abastecimento em Vlychada: Pequena marina no sul da ilha com infraestrutura básica e acesso fácil a mercados.
Restaurantes
Melhores restaurantes da ilha (geral):
Metaxi Mas (Exo Gonia), restaurante com atmosfera autêntica e vista para as vinhas; é muito elogiado pela comida grega reinterpretada com toques modernos — destaque para o cordeiro no forno e os cogumelos com queijo manouri (Avaliação média: 4.8/5)
Argo Restaurant (Fira), sofisticado mas acolhedor, com terraço voltado para a caldeira e cardápio que combina frutos do mar com ingredientes locais; a salada de polvo e o camarão saganaki são imperdíveis (Avaliação média: 4.7/5)
The Athenian House (Imerovigli), ideal para ocasiões especiais, com pratos inspirados na tradição ateniense e uma das vistas mais cênicas da ilha ao pôr do sol — destaque para o moussaká desconstruído (Avaliação média: 4.7/5)
Melhores restaurantes de cada vila:
Fira
Argo Restaurant, já listado acima
Salt & Pepper, restaurante grego com ambiente familiar e atendimento caloroso; o stifado e o souvlaki são os mais elogiados (Avaliação média: 4.6/5)
Naoussa Restaurant, com vista para a caldeira, pratos clássicos da culinária grega e bom custo-benefício (Avaliação média: 4.5/5)
Oia
Ambrosia Restaurant, refinado, com poucos lugares e vista icônica; é ideal para jantares românticos — pratos com lagosta e cordeiro são os mais procurados (Avaliação média: 4.7/5)
Roka Kafeneio, escondido das rotas turísticas, combina receitas de família com ambiente despretensioso e vista para o mar (Avaliação média: 4.6/5)
Petra Restaurant Bar, com bom custo-benefício para a localização, serve pratos contemporâneos com ingredientes locais (Avaliação média: 4.5/5)
Perissa
Noma Kuzina Mediterra, em frente à praia, com cardápio mediterrâneo variado, ótimos grelhados e saladas (Avaliação média: 4.7/5)
Cyclades Tavern Restaurant, tradicional e casual, com pratos generosos a preços razoáveis — destaque para a moussaka caseira (Avaliação média: 4.6/5)
Tranquilo, opção descontraída com pratos vegetarianos e música ao vivo — o falafel bowl é muito popular (Avaliação média: 4.6/5)
Notas da Avaliação Média do TripAdvisor em Maio de 2025
Sugestão de roteiro por terra (3 dias)
Dia 1 — Caldeira, cultura e vilas centrais
Fira: Caminhada pela capital com vista para a caldeira (1) (120 min)
Museu Arqueológico de Thera: Coleções históricas da ilha (2) (90 min)
Caminhada de Fira a Oia: Trilha panorâmica imperdível (1) (180 min)
Oia: Final do dia com o pôr do sol mais famoso da Grécia (1) (180 min)
Pernoite: Oia
Dia 2 — História antiga e sul da ilha
Sítio Arqueológico de Akrotiri: Cidade minoica preservada por cinzas (1) (120 min)
Praia Vermelha: Paisagem marcante com falésias rubras (1) (120 min)
Praia Branca: Mais reservada, acessível por barco curto ou trilha (1) (120 min)
Emporio: Vila medieval charmosa para passeio no fim do dia (1) (90 min)
Pernoite: Perissa ou Megalochori
Dia 3 — Cultura, vinho e praias vulcânicas
Megalochori: Vila tradicional com belas construções (2) (90 min)
Vinícola Santo Wines: Degustação com vista (1) (90 min)
Praia de Perissa: Areia preta e mar cristalino (2) (180 min)
Pernoite: Fira ou retorno para Atenas
Sugestão de roteiro para barco (3 dias)
Dia 1 — Chegada pelo mar e lado oeste
Fundear em Ammoudi Bay (Oia): Boa proteção de ventos norte, profundidade segura
Subir a Oia: Visita à vila e pôr do sol icônico (1) (180 min)
Caminhada até Fira (ou transporte): Trilha pela caldeira (1) (180 min)
Fira: Jantar com vista e vida noturna (1) (120 min)
Pernoite: Fundeio em Fira (caldeira) — âncora segura, mas atenção ao tráfego
Dia 2 — Sul da ilha
Navegação até Akrotiri: Ancoragem protegida a sul
Sítio Arqueológico de Akrotiri: Ruínas da cidade minoica (1) (120 min)
Praia Vermelha e Praia Branca: Acesso por dinghy a partir de ancoragem próxima (1) (120 min cada)
Emporio: Aluguel de carro/táxi a partir da marina de Vlychada (1) (90 min)
Pernoite: Marina de Vlychada — boa infraestrutura e fácil reabastecimento
Dia 3 — Vilas interiores e praias vulcânicas
Megalochori: Aluguel de carro/táxi a partir de Vlychada (2) (90 min)
Vinícola Santo Wines: Vista e degustação (1) (90 min)
Praia de Perissa: Chegada por bote ou a pé da marina (2) (180 min)
Pernoite: Retorno à Fira ou Vlychada
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